Ainda não se sabe quando vai avançar, mas a proposta do Governo de Anthony Albanese está a gerar um longo debate na Austrália. Estima-se que, a partir do próximo ano, o acesso a redes sociais fique totalmente restrito a várias crianças e adolescentes.
O objetivo é reduzir os riscos para a saúde mental dos menores, que têm algumas reservas quanto à medida.
"Como sou autista, tenho muita dificuldade em relacionar-me com os outros, e ao fazê-lo online é muito mais fácil e menos stressante para mim", conta Ben Kioko, de 14 anos.
“Proibir não é o melhor caminho”
A proposta também divide os especialistas, que reconhecem a importância das redes sociais para jovens mais tímidos ou que têm dificuldade em socializar fora dos ecrãs.
"As redes sociais presentam, de facto, desafios e problemas que os jovens sentem. No entanto, proibir não é o melhor caminho a seguir. Há uma serie de estratégias diferentes para lidar com experiencias negativas com que os jovens se deparam nas redes sociais", afirma Justine Humphrey, professora de Cultura Digital e Media.
Os jovens são vítimas de uma sociedade digital, em que ninguém pode ficar de fora. No final das contas, preferem estar sujeitos à toxicidade da internet do que serem excluídos.
“Não precisamos delas o tempo todo, provavelmente seriamos mais felizes sem ela, mas se todas as pessoas à nossa volta tiverem redes sociais, sentimos que devemos ter também", admite Charlotte Birbeck, de 14 anos.
Austrália vai fazer um teste
O próprio regulador australiano da Internet tem dúvidas quanto à medida e avisa que limitar o acesso pode levar os mais novos a procurar outros servidores online, menos regulamentados e mais perigosos.
Antes da lei entrar em vigor, será efetuado um teste nos próximos meses para perceber a eficácia da medida.
Assim que for publicada, a Austrália tornar-se-á o primeiro país do mundo a restringir o uso a plataformas online com base na idade.