O climatologista Mário Marques diz, em entrevista à SIC Notícias, que o motivo que poderá ter originado maior destruição na Florida, foi a formação de "inúmeros tornados" em terra. Informa ainda que o furacão Milton está a perder intensidade e já baixou para categoria 1.
O climatologista explica que o furacão "encontrou-se com terra ligeiramente mais fraco do que estava previsto", lembrando que, ainda assim, a sua trajetória mudou tendo atingido ainda a Baía de Tampa "com alguma severidade".
Refere ainda que há várias zonas da região da Florida que foram afetadas, não por um, mas por vários tornados, que foram responsáveis por estragos significativos.
"Existia um forte gradiente térmico, que fez com que existisse um grande desenvolvimento vertical, grande instabilidade e o cenário perfeito para o desenvolvimento de tornados, ventos muito fortes e chuvas torrenciais", nota.
Ressalva ainda que esta teria sido a "tempestade do século", como se chegou a prever, "caso tivesse chegado como categoria quatro ou cinco" e acrescenta:
"Não aconteceu também devido à entrada ao tocar em terra. Isto é, esperava-se um encontro paralelo - ou perpendicular, depende do ponto de vista – com a Florida, mas entrou de uma forma longitudinal."
Daqui em diante a tendência é que enfraqueça, à semelhança do que tem vindo a acontecer – desceu de categoria três para um.
Em território nacional, prevê-se que a chuva regresse com mais intensidade na sexta-feira, no entanto Mário Marques assegura que não se comparará ao cenário de quarta-feira.
Apesar disso, aponta que o Sul e o Litoral alentejano podem ser duas das regiões mais afetadas pela precipitação intensa:
"Depois temos a situação pós-frontal com aguaceiros e trovoadas localmente fortes no dia de sábado. Portanto, dia 11 dia de chuva e trovoadas no Sul, mas depois também na madrugada de sábado e manhã e princípio da tarde teremos aguaceiros locais, que poderão ser mais intensos. Não é de descartar uma situação ou outra com ventos localmente mais fortes."