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Governo francês supera primeira prova de fogo, mas Le Pen exige novas eleições

O Governo de Michel Barnier resistiu a uma moção de censura da coligação de esquerda, mas a crise ainda não acabou em França, porque a extrema-direita, que permitiu ao Executivo aguentar-se, já entrou em modo campanha visando eleições antecipadas.

Guilherme Monteiro

A Esquerda francesa voltou a insistir que o Governo liderado por Michel Barnier é ilegítimo. Mas o primeiro-ministro, escolhido pelo presidente liberal Emmanuel Macron, relembra que a Esquerda não tem uma maioria sozinha para aguentar um Executivo. Por isso, Barnier irá resistir o tempo que a extrema-direita de Marine Le Pen quiser.

O Executivo sobreviveu na Assembleia Nacional, mas não ganhou nenhum seguro de vida, já que a extrema-direita, que o salvou, até já pede eleições antecipadas o mais rápido possível.

Marine Le Pen, nos últimos dias, num comício de rentrée, disse que “a próxima campanha eleitoral já começou”.

“Não só achamos que haverá eleições em menos de um ano, como consideramos essas eleições urgentes para o país. A próxima campanha eleitoral já começou, ou melhor, começa aqui”, afirmou a líder do União Nacional.

OE vai ser apresentado com medidas impopulares

Se a extrema-direita, que viabilizou o Governo, está já em modo de campanha eleitoral, é uma incógnita saber como vai reagir quando, esta quinta-feira, for apresentado um Orçamento do Estado onde haverá medidas impopulares, para fazer face ao défice na segunda maior economia da Europa.

Michel Barnier pode vir a anunciar desde cortes na segurança social e no número de funcionários públicos até um congelamento das pensões de reforma.

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