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Militar de 22 anos faltou ao nascimento da filha para violar Gisèle Pelicot

Vai ser ouvido em tribunal um dos acusados no chocante caso de violação em França. Trata-se de um homem que terá faltado ao nascimento da própria filha para violar Gisèle Pelicot, a mulher que era drogada pelo marido.

Guilherme Monteiro

Esta semana, o Tribunal de Avinhão, em França, vai ouvir o depoimento do acusado mais jovem - um militar que, segundo os investigadores, no final de 2019 terá faltado ao nascimento da própria filha para, nessa noite, ir violar Gisèle Pelicot.

Na semana passada, a mulher, agora com 71 anos, ouviu um pedido de desculpa do marido com quem casou há 50 anos e com quem tem três filhos.

Dominique Pelicot admitiu ser um violador que drogou a mulher e filmou, durante quase 10 anos, os abusos das dezenas de homens que recrutou na internet. Destes, 50 foram identificados: vêm de diferentes classes sociais e sentam-se agora no banco dos réus.

O primeiro a ser ouvido foi um homem de 44 anos, casado e com três filhos. Em tribunal veio dizer que, ao contrário do que garante o marido da vítima, pensava que Gisèle sabia de tudo.

“É bastante óbvio que ele sabia que a Sra. Pelicot estava a dormir. Mas disse-o, repetiu-o, disse-o desde o início, que fazia parte de uma fantasia de um casal de swingers”, afirmou o advogado de defesa de quatro dos acusados, Louis-Alain Lemaire.

Versão partilhada por 35 dos 50 homens acusados, hoje com idades entre os 26 e os 73 anos.

O julgamento deste caso, que decorre até dezembro, tem levado milhares de pessoas a sair às ruas francesas nas últimas semanas, em apoio a Gisèle e a todas as vítimas de abusos sexuais.

Em França, a cada seis minutos, em média, uma mulher é vítima de violação.

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