As autoridades gregas começaram a recolher centenas de milhares de peixes mortos que surgiram esta semana junto a um porto turístico de Volos, na Grécia. Deslocados dos habitats habituais de água doce durante as cheias do ano passado, os peixes acabaram por morrer e vieram dar ao golfo que banha a cidade grega, no Leste do país.
As carcaças flutuantes criaram um cobertor prateado sobre o porto e um cheiro nauseabundo que alarmou os moradores. As autoridades acorreram ao local para recolher os peixes mortos e tentam evitar que o odor chegue aos restaurantes e hotéis localizados nas proximidades.
Os peixes foram arrastados para o Golfo Pagasético pelo recuo das águas da tempestade Daniel e terão morrido logo que entraram em contato com a água salgada.
A tempestade Daniel, considerada a mais severa alguma vez registada no país, inundou uma vasta área perto do Lago Karla, na planície da Tessália, no ano passado, destruindo casas, colheitas, sistemas de irrigação e canais de controlo de inundações.
Stelios Limnios, de 68 anos, da Iniciativa Ambiental de Magnésia, disse à agência Reuters que os peixes mortos percorreram quilómetros e manifestou preocupações sobre a potencial propagação da poluição e de agentes patogénicos que podem ameaçar os mamíferos marinhos no Golfo, incluindo golfinhos e tartarugas.
"O Golfo Pagasético não pode ser tratado como se fosse a lixeira da Tessália", afirmou Stelios Limnios.
Os moradores de Volos, um destino popular para turistas, estão preocupados com o impacto desta catástrofe ambiental na economia da zona.
O proprietário de um restaurante local, Dimosthenis Bakoyannis, contou que sua cidade foi destruída pelas enchentes do ano passado, ainda a recuperar do sucedido, terá agora mais dificuldades em enfrentar um novo revés.
Cerca de 40 toneladas de peixes mortos foram removidas até agora pelas autoridades locais, que ordenaram uma investigação para confirmar as causas do sucedido.
A Grécia tem assistido a um aumento de tempestades intensas e inundações nos últimos anos, o que os cientistas consideram ser resultado das alterações climáticas.
Com Reuters