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Incursão ucraniana em território russo “é uma ousadia militar”

Ricardo Alexandre, comentador da SIC, analisa a nova fase em que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia está a entrar. Sobre o conflito no Médio Oriente, lamenta que a “espiral de destruição e morte” dure “há demasiado tempo sem grandes resultados práticos”.

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Ricardo Alexandre, jornalista da TSF e comentador da SIC, explica que há, neste momento, entre Ucrânia e Rússia, “um intensificar das batalhas transfronteiriças”. Em relação ao conflito no Médio Oriente, acredita que Teerão pode conduzir um ataque contra Telavive nas próximas 72 horas.

O jornalista começa por referir que a Ucrânia decidiu começar a aplicar uma nova estratégia ao enviar milhares de militares para a região de Kursk, de forma a “levar a guerra para o território do invasor”.

“É uma ousadia militar ucraniana, que está a causar preocupação nas Forças Armadas russas e esse será também o objetivo: concentrar esforços russos nessas regiões limitando a capacidade que a Rússia está a ter de atingir alvos ucranianos na região de Donetsk”, afirma.

O comentador da SIC considera que Kiev não decidiu dar início a estas incursões de “ânimo leve” até porque a Rússia irá, decerto, retaliar “com grande vigor”.

Ricardo Alexandre entende que Moscovo irá, no futuro próximo, aumentar a frequência com que ataca cidades ucranianas, nomeadamente aquelas que se encontram próximas da fronteira entre as duas nações.

“Há, nesta fase, um intensificar das batalhas transfronteiriças. As regiões das fronteiras estão a ser alvos significativos de um lado e do outro”, acrescenta.

Hamas ameaça falhar negociações de paz

Já no Médio Oriente, o Hamas ameaça agora não marcar presença nas negociações de paz com Israel isto porque, explica o jornalista, Telavive “quer acrescentar mais detalhes a esse plano”:

“Tanto o Hamas como Israel têm feito, sistematicamente, este jogo de chegar ao momento do processo negocial e recuarem ou dizerem que não vão comparecer ou tentarem acrescentar mais pontos àquilo que já foi negociado com sucesso pelos mediadores, portanto acho que faz parte da estratégia que ambos têm tido ao longo deste processo”.

Ricardo Alexandre nota ainda que Israel “outorga-se ao direito de continuar a atacar indiscriminadamente” em Gaza e dá o exemplo do mais recente ataque contra uma escola palestiniana, que matou perto de uma centena de pessoas.

O Governo de Netanyahu justificou o bombardeamento alegando que um dirigente da jihad islâmica se encontrava no interior do edifício.

“Morreram quase 100 pessoas e estamos quase nesta espiral de destruição e morte há demasiado tempo sem grandes resultados práticos a não ser a destruição do território”, constata.

Há muito que a entrada do Irão no conflito é vista como uma possibilidade real e, agora, após o fatídico ataque contra o estabelecimento de ensino, as probabilidades aumentaram.

O comentador diz mesmo que Teerão pode conduzir um ataque contra Israel nas próximas 72 horas.

No entanto, crê que a resposta iraniana pode ter sido “trabalhada nos bastidores para não causar grandes danos e ser apenas uma resposta para que o Irão não saia mal na fotografia”.

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