Ao segundo dia, a população da Venezuela voltou a responder ao chamado da oposição. Contra o anúncio dos resultados das eleições que colocam novamente Nicolás Maduro à frente dos destinos do país, os opositores pediram assembleias populares e a presença dos populares em peso nas ruas da capital.
Na véspera, no caminho para o palácio presidencial, a fúria dos populares dirigiu-se contra os cartazes de propaganda do homem, que está desde 2013 à frente dos destinos da Venezuela, mas também contra estátuas do fundador do regime, Hugo Chávez. Num dos casos, a estátua foi presa a uma moto e arrastada por estradas e ruas perante o aplauso de uma multidão.
Muitos dos manifestantes são oriundos dos bairros mais pobres dos arredores da capital que têm constituído ate agora o maior apoio ao regime.
Junto ao palácio de Miraflores, o confronto foi com a polícia, militares e os coletivos - milícias paramilitares de apoio ao regime. Houve disparos e gás lacrimogéneo que terão provocado mortes e algumas dezenas de feridos.
O ministro da Defesa apelidou os protestos de golpe de fascista do imperialismo norte-americano e garantiu lealdade absoluta a Nicolás Maduro.
Segundo o procurador-Geral da Venezuela, em apenas 24 horas cerca de 750 pessoas foram detidas. Uma delas, filmada e publicada nas redes sociais, mostra o momento em que homens fardados levam contra vontade, Freddy Superlano, dirigente de um dos partidos da oposição ao Governo.
Elementos da oposição ter-se-ão refugiado na embaixada da Argentina em Caracas, de forma a antecipar futuras detenções - repetindo as alegações de fraude eleitoral.
Alguns vídeos de difícil verificação mostram o que parecem ser elementos das autoridades a despir a farda em sinal de apoio aos protestos. Estes começaram mal o Governo anunciou a vitória nas eleições que a oposição reclama ter vencido por mais de 70 por cento dos votos.