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Dez migrantes, incluindo 3 crianças, morrem afogados na fronteira entre o Panamá e a Colômbia

Os corpos, que foram encontrados numa área de difícil acesso, vão ser autopsiados para as autoridades estabelecerem as suas identidades e determinarem as causas e altura da morte.

YEISON ROJAS

Lusa

Dez pessoas, incluindo três menores, supostamente migrantes, foram encontradas mortas na fronteira entre o Panamá e a Colômbia, afirmou esta segunda-feira a procuradoria-geral panamenha.

Os corpos foram transferidos para a Cidade do Panamá na noite de sábado, incluindo "três crianças e sete adultos", que foram encontrados numa área de difícil acesso, perto da fronteira com a Colômbia.

As autoridades estão a proceder a autópsias "para estabelecer as suas identidades, determinar oficialmente as causas e altura da morte", indicou Lilia Sanjur, uma responsável do ministério público do município indígena Guna Yala, citada no comunicado oficial.

O Serviço nacional de fronteiras (Senafront) do Panamá, que também participou nas operações de busca, informou em comunicado que "ainda não foi possível determinar com precisão as nacionalidades das vítimas desta tragédia".

Na passada quinta-feira, o Presidente do Panamá, José Raúl Mulino, indicou na conferência de imprensa semanal que "são 16 o número de migrantes falecidos", mas mais tarde fontes da presidência esclareceram à agência noticiosa Efe que o número "se mantém em 10".

O incidente ocorreu na "rota de Carreto", no Caribe panamenho, a mais dispendiosa, que implica o pagamento de até 500 dólares (460 euros) para seguir de barco desde Capurganá, na Colômbia, até essa comunidade, para de seguida percorrer entre dois a quatro dias pela selva até alcançar a zona indígena de Canaán Membrillo, uma informação disponibilizado pela organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF).

O Governo de Mulino adotou medidas para tentar reduzir o fluxo de migrantes pela perigosa selva de Darién, já atravessada apenas este ano por mais de 216.000 pessoas na maioria venezuelanos, enquanto em 2023 mais o número ultrapassou as 520.000, um número inédito segundo os dados oficiais do Panamá.

Desde 3 de julho que o Panamá começou a instalar barreiras de arame farpado que se prolongam por 4,7 quilómetros em Darién, onde existiam pelo menos cinco caminhos não autorizados, para "canalizar" o fluxo dos migrantes através de um "corredor humanitário", segundo as autoridades.

O Darién é uma selva e fronteira natural entre o Panamá e Colômbia, com 266 quilómetros de cumprimento.

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