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Pode a extrema-direita ganhar legislativas em França?

Após a primeira volta das eleições em França, a extrema-direita venceu com 34%, com quase 70% dos eleitores a votar. Os partidos anunciaram novas estratégias para fazer frente a estes resultados, mas quais os possíveis cenários em cima da mesa? O editor de Internacional do Jornal Expresso, Pedro Cordeiro, responde na Edição da Manhã, da SIC Notícias.

SIC Notícias

O partido de extrema-direita União Nacional (RN), de Marine Le Pen e seus aliados, está na frente na primeira volta das eleições legislativas francesas, com mais de 34% dos votos, de acordo as primeiras projeções.

Segundo Pedro Cordeiro, editor de Internacional do Jornal Expresso, "não será completamente impossível" que a extrema-direita consiga ter maioria absoluta em França.

"Não sei quão conseguirá aumentar a sua votação da primeira para a segunda volta, mas é possível que em alguns sítios o consiga", explicou ainda.

Jordan Bardella, líder do Reagrupamento Nacional, fez um novo apelo ao voto para o próximo domingo e ainda disse que quer tornar-se no próximo primeiro-ministro da Coabitação, "um termo utilizado em França para quando o Presidente da República e o Governo são de cores políticas diferentes", frisou Pedro Cordeiro. Apesar de já ter acontecido anteriormente no país, não deixa de ser uma "situação complexa".

O que estão a fazer os partidos para evitar a extrema-direita no poder?

Já há vários partidos que adotaram novas estratégias para barrar a extrema-direita, nomeadamente a Nova Frente Popular, que anunciou retirar candidatos.

Essa estratégia "não é novidade em França", disse o editor de Internacional do Jornal Expresso. "Os partidos tradições costumam desistir uns a favor dos outros para dificultar o caminho à extrema-direita".

"Neste caso, a Nova Frente Popular anunciou que fará isso onde ficou em terceiro lugar, por isso, desistirá a favor do campo presidencial", concluiu.

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A extrema-direita está nesta fase à frente da aliança de esquerda Nova Frente Popular, que segundo as sondagens à boca das urnas contará com um resultado entre 28,5% e 29,1%. A uma distância ainda maior está o partido do campo do Presidente Emmanuel Macron (20,5% a 21,5%).

A participação terá atingido entre 65,8% e 69%, o valor mais elevado numa primeira volta nas eleições legislativas desde 1981, um sinal do grande interesse que gerou entre os franceses.

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