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São mulheres lindíssimas, mas nenhuma existe: eis as candidatas a "Miss AI"

As finalistas desta competição não são reais, cada uma tem um criador ou uma equipa de criadores, que utilizam programas como o DALL-E 3, Midjourney ou Stable Diffusion da Open AI para gerar imagens a partir de instruções de texto. Uma das candidatas é portuguesa.

SIC Notícias

Vai realizar-se, no final de junho, o primeiro concurso de beleza do mundo com mulheres geradas por Inteligência Artificial (IA). Este vai ser transmitido online pelos organizadores "The World AI Creator Awards".

As finalistas são dez “mulheres” que foram selecionadas de um conjunto de mais de 1500 concorrentes. Não são reais, cada uma tem um criador ou uma equipa de criadores, que utilizam programas como o DALL-E 3, Midjourney ou Stable Diffusion da Open AI para gerar imagens das mulheres a partir de instruções de texto.

De acordo com a CNN, para os participantes o concurso é uma oportunidade para mostrar e desmistificar as capacidades da tecnologia. Para outros, representa mais uma proliferação de padrões de beleza irrealistas.

As candidatas a "Miss IA"

Os criadores destas mulheres geradas por AI não se limitaram a criar uma cara bonita. Cada uma das concorrentes tem uma “personalidade” única e mostram a sua “vida” online através do Instagram.

Uma das candidatas é a portuguesa (criada por portugueses) Olivia C, que publica fotos sobre as viagens. Outra candidata é Seren Ay é uma mulher turca de cabelo ruivo e olhos verdes. Esta publica fotos no Instagram enquanto que viaja pelo mundo e pelo tempo. A influencer já apareceu ao lado do primeiro presidente da Turquia, Kemal Ataturk (que morreu em 1938), no tapete vermelho dos Óscares e a vaguear pelas ruas de Quioto, no Japão.

Seren foi, originalmente, criada como uma ferramenta de marketing. Os seus fundadores não conseguiram trabalhar com influenciadores humanos para promover a sua joalharia, por isso criaram esta personagem.

Anne Kerdi, criada em França, também faz publicações sobre viagens. Para além disso, chama a atenção para temas como a limpeza dos oceanos. Anne foi criada a partir de diferentes sistemas de IA e programada de modo a que "seja livre de dizer o que quiser, desde que não envolva desinformação", explicou o criador.

"Por vezes, é frustrante para mim vê-la em vídeo, em eventos importantes, a expressar uma opinião diferente da minha ou a escrever de uma forma que eu teria imaginado diferente, mas... cada um de nós tem o seu livre arbítrio".

Tal como Anne Kerdi, existem outras AI que defendem causas, como Aiyana Rainbow, da Roménia. Aiyana tem o cabelo com as cores do arco-íris e publica mensagens de apoio à comunidade LGBTQI+.

Outra das mulher ficcional que está a concorrer é Zara Shatavari, da Índia, que tem um blogue onde dá dicas para lidar com a depressão e para perder "gordura teimosa na barriga".

As outras seis concorrentes são Kenza Layli, de Marrocos, Eliza Khan, do Bangladesh, Ailya Lou, do Brasil, Asena Ilik, da Turquia, e Lalina, de França.

Segundo a Fanvue World Al Creator Awards, a finalista vai ganhar 20 mil dólares (o que corresponde a quase 19 mil euros).

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