A Comissão Europeia ameaça taxar em até 38%, já a partir do mês que vem, as tarifas das importações de veículos elétricos da China pela União Europeia após ter concluído provisoriamente haver práticas desleais de Pequim em benefício de fabricantes chineses.
No porto de Roterdão, os carros elétricos fabricados na China estão parados. O acumular de automóveis elétricos chineses que não conseguem ser vendidos é cada vez mais comum nos portos europeus. E há uma explicação: ultimamente, a procura tem estado em crise e isto deve-se, em parte, ao facto de a Europa planear reduzir os subsídios para a compra desses veículos e aumentar os impostos.
Com base nas conclusões do inquérito, a Comissão estabeleceu, a título provisório, ser "do interesse da União Europeia remediar os efeitos das práticas comerciais desleais detetadas, mediante a instituição de direitos de compensação provisórios sobre as importações de veículos elétricos provenientes da China".
A ideia era anunciar a taxação a 5 de junho. Mas, com a aproximação das eleições para o Parlamento Europeu, a comissão decidiu adiar a divulgação da medida para evitar influenciar o resultado das europeias.
A posição cautelosa da União Europeia vai de encontro com uma medida anunciada, há alguns meses, pelos EUA. O país aumentou significativamente o imposto para os carros elétricos chineses de 25 para 100%. A decisão americana faz parte de uma estratégia mais ampla do governo de Joe Biden para fortalecer o fabrico nacional.
E na Europa?
Atualmente, na Europa, as taxas para carros elétricos importados da China são de 10%.
O ministro da Indústria de Itália é a favor de que a Europa siga o exemplo norte-americano se, segundo Adolfo Urso, "não quisermos que a indústria europeia seja aniquilada".
Na Alemanha, Olaf Scholz é contra as taxas por causa, segundo o primeiro-ministro alemão, do impacto nos custos de transporte desses veículos.
As autoridades chinesas e as empresas de veículos elétricos condenaram a decisão da Europa. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China afirmou que o país protege os interesses das empresas nacionais.
Agora, o Governo chinês estuda possíveis retaliações a produtos europeus, como carne de porco e aviões.
No ano passado, as exportações de carros elétricos da China para a Europa aumentaram 112% na comparação com 2022 e 361% na comparação com 2021.
A participação no mercado automóvel saltou para cerca de 10% e pode chegar a 15% já em 2025.
Uma dica importante para quem quer comprar um carro elétrico