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Cessar-fogo? NATO diz que proposta de Putin "não foi feita de boa-fé" e que "é mais agressão"

Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, anunciou que os 32 países do bloco político-militar concordaram com a criação de um plano para centralizar o apoio militar à Ucrânia

ZOLTAN MATHE

SIC Notícias

Lusa

O secretário-geral da NATO considerou esta sexta-feira que a proposta de cessar-fogo do Presidente russo "não foi feita de boa-fé" e que é, pelo contrário, no sentido de "mais agressão" da Ucrânia. Anunciou também a criação de um plano para centralizar o apoio militar à Ucrânia.

"Aquilo não é uma proposta para a paz, é apenas para mais agressão, mais ocupação. [A proposta de Putin] não foi feita de boa-fé", declarou Jens Stoltenberg em conferência de imprensa no quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas.

No final de uma reunião dos ministros com a pasta da Defesa da NATO, incluindo o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, Stoltenberg rejeitou a "oferta de [Vladimir] Putin" para cessar as hostilidades no território ucraniano.

"Não é a Ucrânia que tem de retirar tropas do território ucraniano [...]. Isto demonstra que o único objetivo da Rússia é controlar a Ucrânia. Por essa razão é que vamos continuar a apoiá-la", completou o secretário-geral da NATO.

Em consonância com o secretário-geral da Aliança Atlântica, o Secretário de Estados norte-americano, Lloyd Austin, defendeu que o Kremlin "não pode ditar" as regras para um cessar-fogo e para o fim do conflito que iniciou há praticamente dois anos e meio.

Centralizar o apoio militar à Ucrânia

Jens Stoltenberg também anunciou que os 32 países do bloco político-militar concordaram com a criação de um plano para centralizar o apoio militar à Ucrânia, com armamento e instrução de militares.

A ideia é assegurar a continuidade do apoio ao país invadido pela Rússia "a longo prazo" e o plano está a ser ponderado como uma maneira de evitar que outros países - nomeadamente os Estados Unidos da América com uma hipotética eleição de Donald Trump para Presidente, em novembro - cortem o financiamento.

O secretário-geral da organização político-militar rejeitou que este plano faça a NATO integrar o conflito:

"Só reforçar o nosso apoio à Ucrânia para que consiga fazer valer o seu direito à autodefesa".

A proposta, ainda embrionária, vai ser detalhada na cimeira de Washington, que se realizará entre 9 e 11 de julho, e faz parte dos compromissos acrescidos com que os Estados-membros deverão concordar.

O Presidente russo prometeu, esta sexta-feira, um cessar-fogo imediato e o fim do conflito se a Ucrânia deixar cair a pretensão à NATO e os territórios ocupados pelas tropas russas.

A Rússia ocupa praticamente a totalidade do Lugansk e grandes porções da região do Donetsk, assim como partes de Zaporíjia e de Kherson.

Stoltenberg desvaloriza não participação de alguns países na cimeira de paz

O secretário-geral da NATO saúda a realização da cimeira de paz, que decorre este fim de semana, na Suíça, e desvaloriza a decisão de alguns países, como a China, de não participarem.

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