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Hamas quer cessar-fogo permanente em Gaza, Israel recusa e EUA presssionam

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que a rejeição pelo Hamas de uma trégua na Faixa de Gaza atualmente em cima da mesa das negociações mostraria a sua falta de consideração pelos palestinianos.

Cristina Neves

Netanyahu não vai aceitar um acordo que inclua o fim da guerra em Gaza, condição exigida pelo Hamas. A posição israelita foi transmitida ao secretário de Estado norte-americano que assegura estar empenhado na libertação dos reféns e num novo cessar-fogo.

O chefe da diplomacia norte-americana, de novo em Israel, tenta assegurar junto dos familiares, que os reféns estão no topo das prioridades de Washington.

A libertação de todos os reféns, faseada e a conta-gotas, está dependente de uma pausa nos combates. 33 pessoas, incluindo mulheres soldados, ao longo de mais de um mês, numa primeira fase.

Numa segunda, militares homens seriam abrangidos e trocados por mais prisioneiros palestinianos. Israel comprometer-se-ia a pôr fim à ofensiva. A terceira etapa, a devolução dos restos mortais a Israel.

Netanyahu afirma que exigência de um cessar-fogo permanente inviabiliza um acordo.

A pressão norte-americana teve para já consequências a nível da ajuda humanitária. Israel reabriu a passagem de Erez, a norte, encerrada desde os ataque de 7 de outubro. A entrada de camiões com alimentos é crucial para travar a crescente ameaça de fome generalizada no território.

Blinken pressiona Hamas a aceitar trégua

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse esta quarta-feira que a rejeição pelo Hamas de uma trégua na Faixa de Gaza atualmente em cima da mesa das negociações mostraria a sua falta de consideração pelos palestinianos.

"Se o Hamas realmente se preocupa com os palestinianos e deseja ver o seu sofrimento imediatamente aliviado, deve aceitar o acordo" de trégua que lhe foi proposto, disse o chefe da diplomacia norte-americana.

"Se não o fizer, penso que será mais uma prova que não tem a mínima consideração" pelos palestinianos, acrescentou.

O secretário de Estado dos EUA afirmou também que Israel tem "melhores soluções" contra o Hamas do que uma "grande operação militar" em Rafah, reiterando a oposição de Washington a essa ofensiva que Israel insiste em realizar na localidade no sul da Faixa de Gaza, onde atualmente estão concentrados 1,5 milhões de palestinianos.

"Existem outras soluções e, do nosso ponto de vista, soluções melhores, para enfrentar o verdadeiro desafio que representa atualmente o Hamas e que não precisam de uma operação militar de grande envergadura", explicou Blinken, que hoje já se reuniu em Jerusalém ao longo de mais de duas horas com o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu.

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