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Ataques dos EUA contra os Houthis que ameaçam escalada durante o Ramadão

O comentador da SIC Germano Almeida analisa a relação entre os ataques dos Houthis e a falta de acordo entre Hamas e Israelque "aumenta o pretexto dos Houthis para continuarem os ataques", e revela a sua indignação com as palavras do Papa sobre a Ucrânia "levantar a bandeira branca".

Germano Almeida

Os Estados Unidos e o Reino Unido atacaram posições dos Houthis que têm estado a realizar exercícios militares e ameaçam a escalada do conflito durante o Ramadão. Uma questão que está relacionada com o acordo que não foi alcançado entre Hamas e Israel.

“Esta situação ganha importância a partir do momento em que não se chegou a um acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns com início do Ramadão. isto aumenta o pretexto dos Houthis para continuarem os ataques e aumenta a necessidade de eles serem travados”.

“Quem continua a tentar travar a ação dos Houthis no Mar Vermelho são só americanos e britânicos e esta é uma situação que afeta não só a estabilidade na região, mas um pouco todo o mundo e por trás deles, não nos esqueçamos, está o Irão”.

Um acordo antes do Ramadão não aconteceu e o Hamas tem vindo a responsabilizar Israel, mas é o Hamas que está a colocar os maiores entraves porque, no fundo, não teria vantagem em libertar os reféns, considera Germano Almeida, sublinhando que "o Hamas nem sequer foi capaz de revelar a identidade dos reféns vivos o estado da sua saúde”.

“Se o Hamas libertasse os reféns perdia essa vantagem negocial. Isso mostra que não tem, na verdade, preocupações humanitárias”.

Do lado de Israel:

“Já percebemos que o Governo Netanyahu está disposto a continuar a ação e está a preparar o ataque em Rafah e, por isso, não deixa de ser obrigatório dizer que a grande pressão e o grande esforço diplomático da Administração Biden junto de Israel falhou”.

Vaticano e Ucrânia

No sábado o Papa apelou às partes em conflito na Ucrânia para terem "a coragem de levantar a bandeira branca" e negociar. Kiev acusou o Papa de "legalizar o direito dos mais fortes" e encorajá-los a "continuar a ignorar o direito internacional". O Vaticano veio dizer que pretende é pressionar para um cessar-fogo entre a Ucrânia e a Rússia.

“O grande problema é que o Papa falou numa rendição da Ucrânia. (…) o Papa considerou, apelou até à Ucrânia, para ser realista e que, percebendo que está em desvantagem para evitar mais mortes, deve aceitar e perceber que está a perder "

Germano Almeida refere que, “no fundo é o argumento do Kremlin de acusar americanos e ucranianos de estarem a levar os ucranianos a morrerem porque insistem em continuar a resistir”.

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