É oficial. A Suécia aderiu à NATO em Washington esta quinta-feira, dois anos depois de a invasão da Ucrânia pela Rússia ter forçado o país a repensar a sua política de segurança nacional e a decidir que o apoio à aliança era a melhor garantia de segurança da nação escandinava.
O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, entregou a documentação final ao governo dos EUA esta quinta-feira, de acordo com a Reuters, sendo a última etapa de um prolongado processo para garantir o apoio de todos os membros para aderir à aliança militar.
"Boas coisas acontecem para aqueles que esperam", disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ao receber de Kristersson os documentos de adesão da Suécia.
"Este é um momento histórico para a Suécia, para a nossa aliança e para a relação transatlântica", disse Blinken.
Para a NATO, as adesões da Suécia e da Finlândia – que partilha uma fronteira de 1.340 km com a Rússia – são as adições mais significativas em décadas. É também um golpe para o presidente russo, Vladimir Putin, que tem procurado impedir qualquer fortalecimento adicional da aliança.
A Suécia beneficiará da garantia de defesa comum da aliança, segundo a qual um ataque a um membro é considerado um ataque a todos.
Estocolmo tem se vindo a aproximar cada vez mais da NATO ao longo das últimas duas décadas, mas a adesão marca uma rutura clara com o passado, tendo em conta que durante 200 anos a Suécia evitou alianças militares e adotou sempre uma posição neutra em tempos de guerra.
Após a Segunda Guerra Mundial, Estocolmo criou uma reputação internacional enquanto defensor dos direitos humanos e, desde o colapso da União Soviética em 1991, sucessivos governos reduziram as despesas militares.
Ainda em 2021, o seu ministro da Defesa rejeitou a adesão à NATO, apenas para o então governo social-democrata se candidatar, juntamente com a vizinha Finlândia, alguns meses depois.