Israel convocou o seu embaixador junto das Nações Unidas, após o que disse ser uma "tentativa de silenciar o grave relatório" da ONU "sobre as violações em massa" cometidas pelo grupo islamita Hamas nos ataques de 7 de outubro.
"Ordenei ao nosso embaixador na ONU, Gilad Erdan, que regressasse a Israel para consultas imediatas, na sequência da tentativa de silenciar o grave relatório da ONU sobre as violações em massa cometidas pelo Hamas e pelos seus aliados em 7 de outubro", anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, numa mensagem publicada na rede social X.
O chefe da diplomacia israelita criticou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, por não ter convocado o Conselho de Segurança, "face a estas conclusões", com o objetivo de declarar o movimento islamita palestiniano "uma organização terrorista" e "impor sanções aos seus apoiantes".
"As nossas filhas não estão desamparadas. Quem as prejudicou, pagará", prometeu o governante israelita.
Numa intervenção nas Nações Unidas sobre este relatório, cujo vídeo publicou na mesma rede social, o embaixador Gilad Erdan questiona:
"Vão continuar com o vosso silêncio e indiferença? Se fossem as vossas filhas, netas? Continuariam a ignorar ou iriam exigir ação imediata? Porque é que os homicídios e os abusos sexuais destas mulheres não significam nada para a ONU?".
Pergunta ainda se a apresentação do relatório sobre crimes sexuais atribuídos ao Hamas "vai acordar" os diplomatas e "mudar as prioridades".
"Entenderão que o significado de um cessar-fogo é basicamente o abandono destas mulheres para os monstros abusadores sexuais do Hamas?", afirma.
Gilad Erdan deixa ainda um aviso: "No futuro não poderão dizer que não sabiam, tal como o mundo disse depois do Holocausto".
"Os que continuam indiferentes são cúmplices do crime", salienta, antes de exibir "testemunhos das atrocidades sexuais", com mulheres a relatar abusos sexuais ou descrições de autoridades sobre as vítimas.