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Colapso da barragem Nova Kakhovka: um dos maiores atentados ambientais

Após dois anos de guerra, muitos refletem sobre as maiores atrocidades e ataques durante este confronto que se iniciou com a invasão da Ucrânia pela Rússia. Um desses momentos passou-se junto ao rio Dnipro.

Sofia Arêde

O colapso da barragem de Nova Kakhovka, no sul da Ucrânia, no início de Junho de 2023 fica na história da guerra como um dos maiores atentados ambientais, cujos efeitos perduram até hoje. A rutura da barragem provocou a subida repentina do caudal do rio Dnipro e obrigou a evacuação de dezenas de vilas e de aldeias.

Sem que nenhum habitante desta zona do sul da Ucrânia pudesse antecipar, a água começou a aparecer de todos os lados, até fazer desaparecer as ruas e começar a entrar dentro das casas.

As águas subitamente multiplicadas do rio Dnipro, que separa forças russas e ucranianas no sul da Ucrânia, levaram a evacuações nas duas margens.

Como a esmagadora maioria dos residentes desta aldeia, Leonid Garul passou semanas a tentar resgatar da lama a vida que construiu até ao colapso da barragem.

A subida repentina das águas deixou a aldeia praticamente submersa e a população à deriva; sem estradas, sem eletricidade, sem água potável.

Moscovo acusou Kiev de sabotagem da barragem, controlada por forças russas desde os primeiros dias da invasão.

Uma obra dos anos 50, quando as duas margens do rio Dnipro faziam parte da União Soviética.

O governo ucraniano diz não ter dúvidas de que a rutura foi provocada por forças leais ao Kremlin, com o objetivo de atrasar a contraofensiva de Kiev no sul da Ucrânia.

Kiev e Moscovo concordam apenas ter-se tratado de uma catástrofe para as populações e também ambiental.

O colapso da barragem terá libertado para o rio toneladas de substâncias tóxicas, inundou terrenos agrícolas e matou milhares de animais.

Apesar da gravidade da situação, muitos residentes das áreas alagadas recusaram-se a abandonar as suas casas.

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