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Agricultores continuam em protesto pelo mundo

Os agricultores europeus continuam nas ruas para exigir melhores condições de trabalho, mas os protestos do sector agrícola chegam também à Índia, onde as autoridades tentam evitar que os produtores entrem na capital do país.

Guilherme Monteiro

As autoridades indianas lançaram gás lacrimogéneo contra os milhares de agricultores que tentaram derrubar as barreiras, desde logo de arame farpado, que foram colocadas nas estradas a 200 quilómetros de Nova Deli para impedir a passagem até à capital.

Os protestos começaram há uma semana no norte do país, nos estados de Haryana e Punjab, onde a agricultura é um dos principais setores de atividade e os produtores exigem, nomeadamente, preços mínimos para todas as colheitas. Mas as negociações têm falhado com o executivo que está sob pressão com a aproximar das eleições legislativas.

Europa

Entretanto, na Europa, há tratores a chegar a algumas capitais, em Espanha, Madrid, viu milhares de agricultores concentrarem-se junto à conhecida Puerta de Alcalá. Lutam contra o aumento dos custos de produção e os requisitos ambientais de Bruxelas.

As mesmas queixas já se ouviram também na capital grega, onde mais de 8 mil produtores agrícolas se concentraram na Praça Sintagma, frente ao parlamento.

No leste europeu, na Polónia, a entrada de produtos ucranianos é agora o grande motivo de protesto para milhares de agricultores, que chegaram a bloquear vários postos transfronteiriços entre os dois países. Alguns produtores agrícolas chegaram a assaltar mesmo comboios que transportavam cereais ucranianos e espalharam toneladas pela linha ferroviária.

Queixam-se de estar sendo vítimas de concorrência desleal, depois da União Europeia ter aberto as fronteiras aos produtos ucranianos pouco tempo depois da guerra começar, para ajudar a economia de Kiev. O protesto já mereceu a condenação do presidente ucraniano, mas as palavras de ordem contra os produtos ucranianos não se circunscrevem à Polónia.

Ainda esta quarta-feira, o primeiro-ministro francês veio dizer que Paris está a trabalhar para que a União Europeia coloque limites à importação de cereais ucranianos. Uma promessa entre várias, face à ameaça dos agricultores franceses voltarem a bloquear de novo estradas pelo país.



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