O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al-Qidra, disse numa declaração publicada nas redes sociais pelo gabinete de imprensa das autoridades de Gaza, que o exército israelita transformou o Complexo Médico Neser num quartel militar, depois de o invadir, demolindo um muro para aceder ao interior.
O responsável acusou o Exército israelita de "atacar a zona das ambulâncias e as tendas dos deslocados" que se encontram no hospital acrescentando que os soldados "estão a forçar civis e as famílias dos técnicos de saúde a sair sob ameaças".
"A ocupação pediu à administração do Complexo Médico de Naser que transferisse todos os pacientes, incluindo aqueles que estão nas unidades de cuidados intensivos e maternidade, para o antigo edifício, incluindo seis pacientes em estado muito grave", disse Al Qidra.
Pouco antes, o Exército israelita tinha confirmado a entrada das tropas no hospital, após várias semanas de cerco à cidade no sul do enclave palestiniano.
Entretanto, o porta-voz do Exército, Daniel Hagari, sublinhou que se tratava de uma incursão "precisa e limitada". O militar israelita indicou que as tropas tentaram evacuar o centro para evitar efeitos colaterais, apesar das queixas sobre a falta de garantias.
Nesta linha, afirmou que as forças de Israel têm formação específica para "este tipo de operações" e que têm ordens para evitar danos a civis. As autoridades israelitas garantiram que tinham estabelecido um corredor seguro para retirar os civis do Hospital Nasser.
Estas informações foram desmentidas na quarta-feira pelo diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus que alertou interiormente sobre a incursão iminente das forças de Israel.
O Ministério da Saúde de Gaza já tinha denunciado uma "situação catastrófica" nas instalações médicas devido à falta de condições.
Com Lusa