Mundo

Israel diz ter recuperado "controlo operativo" do norte de Gaza após "incursão seletiva"

O Exército irrompeu no Hospital Naser, em Khan Yunis, o mais importante do sul do enclave, após 25 dias de cerco, e disse possuir "informação credível" de que diversos reféns israelitas foram retidos pelo Hamas no edifício.

ISRAEL DEFENSE FORCES/REUTERS

SIC Notícias

Lusa

O Exército israelita anunciou esta quinta-feira que completou uma "incursão seletiva" de duas semanas no norte da Faixa de Gaza, que permitiu recuperar o "controlo operativo" na zona, onde tinham ressurgido os combates com militantes do grupo islamita Hamas.

As tropas e forças especiais israelitas, apoiadas por fogo naval e de artilharia, iniciaram a incursão a partir da zona de Al Shati, "atravessaram a cidade de Gaza em menos de duas horas e obtiveram o controlo operativo. Isto reflete o estado debilitado do Hamas no norte" do enclave, indicou o porta-voz do Exército.

O porta-voz referiu-se a "um novo método de operações ofensivas para combater o terrorismo" e assegurou que os soldados "eliminaram infraestrutura terrorista, localizaram material de informações, confiscaram armas e eliminaram terroristas".

Disse ainda que foi "localizado e destruído um túnel subterrâneo que continha elementos dos serviços de informações do Hamas e estava situado sob a sede da UNRWA", a agência da ONU para os refugiados palestinianos.

Na quarta-feira, assegurou ainda o porta-voz, a Força aérea israelita matou Ahmed Ghul, "um comandante do batalhão Al Shati do Hamas que participou no massacre de 7 de outubro" e manteve detida uma militar israelita, "posteriormente assassinada".

O Exército israelita iniciou a ofensiva terrestre na Faixa de Gaza em finais de outubro a partir da zona norte do enclave e tinha reivindicado o controlo total dessa região, mas nas últimas semanas os combates recrudesceram com milícias do Hamas eventualmente provenientes do sul, região que as tropas israelitas também invadiram por terra.

Ainda esta quinta-feira, o Exército irrompeu no Hospital Naser, em Khan Yunis, o mais importante do sul do enclave, após 25 dias de cerco, e disse possuir "informação credível" de que diversos reféns israelitas foram retidos pelo Hamas no edifício, e que poderiam existir "cadáveres de sequestrados".

Apesar da crescente rejeição internacional, o Governo de Benjamin Netanyahu garante que vai prosseguir o ataque terrestre em direção a Rafah, no extremo sul do enclave e junto à fronteira com o Egito, onde se concentram cerca de dois milhões de palestinianos expulsos de outras regiões do enclave, que sobrevivem confrontados com uma crise humanitária sem precedentes.

A UNRWA indicou esta quinta-feira que os ataques israelitas destruíram ou danificaram gravemente cerca de 70 por cento das infraestruturas civis na cidade de Gaza.

Numa mensagem nas redes sociais acompanhada de um vídeo de 'drone' mostrando centenas de edifícios arrasados, incluindo "viviendas, hospitais e escolas", a agência da ONU destacou que 84 por cento das instalações de saúde da cidade de Gaza foram afetadas pelos ataques.

Últimas