Apesar da crescente pressão diplomática por parte de alguns dos mais poderosos aliados, o governo israelita mostra-se pouco disponível para alterar a trajetória da ofensiva em Gaza.
Esta segunda-feira, obteve uma importante vitória moral com o resgate de dois reféns do sul de Gaza. Ao fim de 129 dias de cativeiro, Fernando Marman e Louis Hare conseguiram abraçar a família e regressar a casa.
Dois reféns recuperados, mais 100 vítimas
Para sublinhar o sucesso da missão e de alguma forma aliviar a pressão interna para negociar um acordo que permita a libertação dos mais de 100 reféns que permanecem em Gaza, o primeiro-ministro israelita encontrou-se com alguns dos militares que participaram nas operações.
A operação de Rafah terá provocado “cerca de 100 mortos” entre os residentes dos prédios situados ao lado do local do resgate, bombardeados para dificultar o acesso dos militantes dos Hamas.
Nos últimos dias, a cidade de Rafah, no sul do território, colada à fronteira com o Egipto e para onde nos últimos quatro meses convergiu quase toda a população de Gaza, tornou-se um dos principais alvos dos bombardeamentos aéreos de Israel. Os hospitais encheram-se de feridos e mortos.
“Talvez devam fornecer menos armas. Não é lógico?”
A comunidade internacional teme que uma ofensiva terrestre das forças israelitas em Rafah possa multiplicar o número de vítimas.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, mais uma entre as muitas personalidades que no Ocidente se mostram preocupadas com a forma como Israel está a conduzir a ofensiva em Gaza, deixou duras críticas ao fornecimento de armas ao Governo de Netanyahu.
“Pensemos de forma lógica. Quantas vezes já ouvimos os mais proeminentes líderes militares do mundo dizer que estão a ser mortas demasiadas pessoas? Biden disse que era demasiado desde o início. Não é proporcional. Se acreditam nisso, talvez devam fornecer menos armas para evitar que se matem tantas pessoas. Não é lógico?
O último balanço de vítimas aponta para mais de 29.000 mortos, entre os quais estarão mais de 11.000 crianças. 7.000 pessoas permanecem desaparecidas debaixo dos escombros de Gaza.