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Soam as sirenes em Kiev: "Trago umas bolachinhas e ainda um banquinho para me sentar"

A correspondente da SIC na Ucrânia, Iryna Shev, conta-nos com os ucranianos, adultos e crianças, têm vivido as últimas noites na capital, após ataques aéreos russos em larga escala ao território ucraniano.

Iryna Shev

A sirene tornou-se numa presença habitual nas madrugadas dos últimos dois anos em Kiev. E a ordem deste som é clara: seguir para o abrigo. A correspondente da SIC na Ucrânia, Iryna Shev, conta-nos com os ucranianos, adultos e crianças, têm vivido as últimas noites na capital, após um ataque aéreo russo em larga escala ao território ucraniano.

Às seis da manhã têm soado as sirenes em Kiev, e há informação de vários mísseis a caminho da capital e também de várias outras cidades ucranianas.

Este ataque em larga escala ao território ucraniano tem feito encher os abrigos na busca de segurança.

“Acho que assim é mais seguro. Se bem que, na verdade, nós não sabemos o que nos espera. Deus queira que isto seja um bom abrigo, porque quando estás no apartamento e as paredes abanam…. Tenho medo pela criança, por mim, tem que ser assim”, afirma uma das mulheres ucranianas, resguardada no abrigo.

No abrigo ouvem-se as explosões, uma após a outra, e os moradores comentam que são as defesas aéreas a funcionar.

“Eu já me habituei, mas é um pouco assustador, às vezes, quando alguma coisa cai. Eu trago o meu tablet, carregador e a power bank. Trago também uma manta, bolachinhas e água. E trago ainda um banquinho, para me sentar”, conta uma das meninas protegida no abrigo com a família.

Como a maior parte dos abrigos, este é frio e cheira mesmo a humidade, não estando adaptado para serem passadas muitas horas lá dentro, conta a correspondente da SIC.

Três horas depois, volta a tocar a sirene, desta vez a de fim de alerta.

Depois de uma madrugada de incerteza, segue-se um dia de trabalho esperando que a próxima noite seja mais calma.

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