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Portugal contribui com um milhão de euros para agência da ONU para palestinianos

João Gomes Cravinho recordou que nas últimas semanas várias países, entre os quais a Alemanha, suspenderam as doações para a UNRWA, mas Portugal optou "por apoiar a UNRWA e dar este sinal público de confiança".

SIC Notícias

Lusa

O ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou, nesta sexta-feira, que Portugal vai fazer uma contribuição adicional de um milhão de euros para a Agência das Nações Unidas de Apoio aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA).

João Gomes Cravinho anunciou a contribuição extraordinária depois de uma reunião com Philippe Lazzarini, responsável pela agência das Nações Unidas que apoia os refugiados palestinianos, numa altura em que vários países, incluindo países da União Europeia (UE), anunciaram a suspensão das contribuições, por causa do alegado envolvimento de alguns elementos da organização nos ataques perpetrados pelo grupo islamista Hamas, sediado no enclave palestiniano da Faixa de Gaza, em Israel, em outubro do ano passado.

"Manifestei toda a nossa solidariedade e a confiança no trabalho que estão a fazer e anunciei que iremos fazer uma doação especial de um milhão de euros agora", disse o ministro, à saída de um encontro entre diplomatas, em Bruxelas.

João Gomes Cravinho recordou que nas últimas semanas várias países, entre os quais a Alemanha, suspenderam as doações para esta agência da Organização das Nações Unidas, mas Portugal optou "por apoiar a UNRWA e dar este sinal público de confiança".

"Já tínhamos no final do ano passado feito uma doação de quatro milhões de euros para a UNRWA [...], mas este milhão suplementar vem em circunstancias diferentes, num quadro em que alguns países anunciaram que vão congelar os seus financiamentos. Achámos muito importante também que o Tribunal Internacional de Justiça tenha sublinhado a importância fundamental de prestar toda a assistência humanitária possível à população palestiniana em Gaza e corresponde, portanto, a essa realidade", completou.

Os quatro milhões de euros já estão na posse da UNRWA e o milhão de euros adicional deverá chegar à instituição "nas próximas semanas".

Questionado sobre as motivações dos países que suspenderam o financiamento por causa do alegado envolvimento da agência em atividades terroristas, o governante português disse que ficou "satisfeito com as explicações" de Philippe Lazzarini.

"Isto não é algo de estrutural na UNRWA. Pode ter acontecido, como pode acontecer em qualquer organização, haver pessoas que cometem crimes, que têm atividades que são ilegítimas, e isso não significa que a instituição como um todo deva ser condenada, particularmente numa situação em que é insubstituível", sustentou.

Na reunião informal de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, no sábado, João Gomes Cravinho disse que vai levar o assunto a discussão, porque "se deve separar o trigo do joio".

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