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Paquistão ataca Irão: "Está confirmado o alastramento do conflito na região, que tanto se temia"

Germano Almeida analisa a atualidade internacional com destaque para o ataque do Paquistão no Irão, a situação no Mar Vermelho, a guerra na Ucrânia e as eleições nos EUA.

Germano Almeida

SIC Notícias

O Paquistão anunciou que a Força Aérea do país realizou esta quinta-feira ataques de retaliação contra o Irão. Para Germano Almeida, o ataque paquistanês, que fez vários mortos, incluindo mulheres e crianças, é a confirmação do alastramento do conflito na região. Este é um dos temas na análise à atualidade internacional desta quinta-feira.

“Está confirmada o alastramento do conflito na região, que tanto se temia e está na sequência das ações que o Irão fez nos últimos dias, supostamente contra milícias sunitas anti regime do Irão que estarão neste momento a atacar também posições do Irão, muito na sequência do que foi o atentado de 3 de janeiro em Kerman, que matou quase 100 pessoas durante as cerimónias do quarto aniversário da morte do general Soleimani”, começa por explicar o comentador da SIC.


Germano Almeida sublinha que esta ofensiva “não tem a ver diretamente com a guerra Israel-Hamas, mas que o Irão aproveitou o ambiente em Gaza para fazer ações contra a grupos rivais do regime iraniano”.


“Claramente o Irão está a fazer é a é aproveitar a situação de Israel em Gaza para servir os seus próprios interesses”, realça.

Situação no Mar Vermelho

Os Estados Unidos voltaram a atacar posições dos Houthis, alegam que são ataques em autodefesa e pela segurança do comércio internacional.

O comentador da SIC explica que os Houthis fizeram, no Mar Vermelho, quase 30 ataques desde 19 de novembro e que levaram à ação dos Estados Unidos e do Reino Unido.

“O ataque de ontem dos EUA está na sequência de um ataque dos Houthis ao largo do Golfo de Áden, sobre um navio graneleiro a Genco Picardy, um navio norte-americano (…) Horas antes, um navio com pavilhão das Ilhas Marshall, 60 milhas náuticas ao largo do Porto de Áden, também terá sido atacado e, portanto, está lançada esta situação que está a levar não só os Estados Unidos, mas também a União Europeia a preparar um reforço da segurança Internacional, porque claramente não só o comércio Internacional, mas também os mercados, as entregas de produtos, já que várias empresas estão a ser afetadas”.


Guerra na Ucrânia

A Casa Branca fala numa reunião produtiva com os congressistas sobre o apoio a Kiev, mas está ainda por confirmar o desbloqueio de uma novo pacote de ajuda à Ucrânia.

“Ainda não há acordo e é muito preocupante, o tempo urge”, sublinha Germano Almeida, que aponta para a oposição a essa ajuda por parte dos republicanos.

“Uma outra má notícia de ontem para a para a Ucrânia: o Parlamento alemão rejeitou o envio de mísseis de longo alcance Taurus para a Ucrânia e a Ucrânia bem precisava deles”, avança ainda o comentador da SIC.

A Alemanha tem sido um forte aliado da Ucrânia, no que diz respeito ao fornecimento de ajuda.

Eleições nos EUA

A Ucrânia receia que os republicanos voltem ao poder, nomeadamente Donald Trump, depois da vitória no Iowa. Volodymyr Zelensky não resistiu a responder a provocações do ex-Presidente.

“Trump diz que rapidamente acabava a guerra juntando a mesma à mesma mesa Zelensky e Biden, enfim, insinuando que lançava uma perspetiva de paz que no fundo seria forçar a Ucrânia a ceder”, explica Germano Almeida.

Por seu lado, Zelensky questiona: “Se a Rússia conseguisse ocupar a Ucrânia e a seguir ocupasse um país da NATO, ele faz uma pergunta a Trump: o que é que ele faria?”

No entender do comentador da SIC, o Presidente ucraniano pretendia, no fundo, dizer: “Não pensem que a nossa segurança, a segurança da Ucrânia tem só a ver com a Ucrânia, tem a ver também com os Estados Unidos e com a Europa”.

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