Os Estados Unidos conduziram outra ronda de ataques contra alvos dos Houthis no Iémen esta quinta-feira de madrugada, informou a CBS News, citando uma autoridade norte-americana.
Os militares dos EUA disseram esta quarta-feira que um drone lançado de áreas controladas pelos rebeldes Houthis no Iémen atingiu um navio de propriedade dos EUA no Golfo de Aden.
Agora, foi a vez dos norte-americanos retaliarem.
Em entrevista à SIC Notícias, o investigador Rui Henrique Santos, do Instituto de Relações Internacionais, afirma que “não é possível eliminar os Houthis” e recorda que tal foi tentado pela Arábia Saudita durante cinco anos.
“O que vemos é que naquela zona se vai intensificar ainda mais o drama humanitário. Há 11 milhões de iemenitas em dificuldades graves”, disse.
O conflito no Iémen
Os militares dos EUA têm realizado ataques no Iémen, visando instalações de lançamento de mísseis dos Houthis que representam uma ameaça a navios mercantes e militares.
Na terça-feira, os EUA realizaram uma terceira operação contra os Houthis no espaço de uma semana.
Na semana passada, os ataques dos EUA e do Reino Unido atingiram quase 30 locais no Iémen.
Força naval para proteger transporte marítimo no Mar Vermelho
Em dezembro, os Estados Unidos tinham criado uma força naval multinacional para proteger o transporte marítimo no Mar Vermelho, uma rota de trânsito importante que representa até 12% do comércio global.
"Não estamos à procura de conflitos regionais, longe disso", explicou o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, na terça-feira, no Fórum Económico Mundial, em Davos.
Ao optar pela qualificação de entidade "especialmente designada como terrorista a nível global", em vez de outra qualificação como "organização terrorista estrangeira" - uma sanção mais ampla e genérica - os Estados Unidos pretendem manter o fluxo de ajuda humanitária para o Iémen.
"Tentamos sempre garantir que o impacto das nossas sanções seja o desejado (...), minimizando as consequências não intencionais", explicou uma fonte diplomática dos EUA.
Segundo as Nações Unidas, o Iémen, em guerra desde o final de 2014 entre os Houthis e o governo iemenita reconhecido internacionalmente (apoiado por uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita, país onde está exilado) sofre atualmente uma das maiores catástrofes humanitárias do planeta, segundo a ONU.