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Iémen: Houthis reivindicam ataque contra navio dos EUA no golfo de Aden

Os ataques entre Houthis e norte-americanos não têm parado, desde que os Estados Unidos e o Reino Unido responderam às intimidações dos rebeldes no Mar Vermelho.

U.S. Central Command - Via AP

Lusa

Os rebeldes Houthis do Iémen reivindicaram esta quarta-feira um novo ataque contra um navio norte-americano, no golfo de Aden, pouco tempo depois de terem sido novamente classificados como entidade terrorista pelo Governo dos Estados Unidos.

O porta-voz militar dos Houthis, Yehya Saree, sublinhou que este grupo "disparou mísseis contra o navio americano Genco Picardy no golfo de Aden", ao largo da costa do Iémen.

O Genco Picardy é um navio graneleiro com bandeira das Ilhas Marshall e viajava desde o Egito para a Índia, segundo dados de portais de rastreamento marítimo, citados pela agência Efe.

Saree frisou que os rebeldes estão a responder "aos ataques americanos e britânicos", salientando que é inevitável.

"Qualquer novo ataque não ficará sem resposta e punição", destacou.

A Marinha britânica tinha alertado anteriormente que um navio foi atingido por um drone nas costas do Iémen, provocando um incêndio que já terá sido extinto.

De acordo com o alerta publicado na página digital da Marinha, "o capitão informou que o incêndio a bordo foi extinto", e que prosseguem as investigações.

Este ataque ocorreu poucas horas após os Estados Unidos terem voltado a incluir os Houthis na sua lista de "organizações terroristas" devido aos ataques da formação iemenita, apoiante da causa palestiniana, contra navios vinculados a Israel e que estão a afetar o comércio marítimo internacional.

Em reação, o movimento rebelde que controla a maior parte do Iémen, incluindo a capital, Saná, considerou esta quarta-feira "uma honra" a designação como grupo terrorista pelos Estados Unidos e garantiu que continuará a apoiar a Palestina na guerra contra Israel.

A designação entrará em vigor dentro de cerca de um mês, a 16 de fevereiro, embora, num telefonema aos jornalistas, os responsáveis norte-americanos tenham afirmado que os Estados Unidos "considerariam a possibilidade de a suspender" se os Houthis cessarem os ataques no Mar Vermelho.

Nos 30 dias que faltam para a medida entrar em vigor, os Estados Unidos pretendem também conceber a aplicação das sanções que acompanham a designação, de forma a afetar o menos possível a população civil.

A administração Biden optou por incluir os Houthis na lista de "Terroristas Globais Especificamente Designados" (SDGT) em vez de "Organização Terrorista Estrangeira" (FTO), porque as sanções que acarreta são mais leves.

Por exemplo, a designação de SDGT não implica sanções para aqueles que fornecem "apoio material" aos Houthis, nem prevê a proibição de viajar, como acontece com a designação de FTO.

Segundo as Nações Unidas, o Iémen, em guerra desde o final de 2014 entre os Houthis e o governo iemenita reconhecido internacionalmente (apoiado por uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita, país onde está exilado) sofre atualmente uma das maiores catástrofes humanitárias do planeta, segundo a ONU.

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