Em vésperas de Natal, a cidade de Belém, na Cisjordânia, está mais deserta do que durante a pandemia de covid-19. Este ano, por causa da guerra, não há peregrinos nem turistas em massa e quase todas as lojas estão de portas fechadas. A reportagem é da Sky News, estação parceira da SIC.
A loja The Nativity Store está há três gerações na família Tabash, desde 1927, mas não vendem nada há meses que nem durante o período de
“Estamos quase há dois meses sem vender nada. Abrimos todos os dias porque a loja tem um valor sentimental e faz parte da nossa história. Eu, o meu pai e o meu irmão vimos para falar com as pessoas, para beber café, porque a loja tem um lugar especial no nosso coração”, defende o dono da loja quase com um século.
O correspondente da Sky News conta que a Basílica da Natividade, habituada a receber milhares de peregrinos, está atualmente silenciosa e e vazia, mesmo durante uma missa de domingo em dezembro.
Na gruta onde Jesus terá nascido, alguns peregrinos rezam, ainda que o entusiasmo e a alegria do Natal estão ausentes este ano.
Como protestos pelos atos israelitas em Gaza e em solidariedade com os palestinianos, este ano não haverá celebrações em Belém. Pela primeira vez, nem a árvore de Natal foi erguida na Praça da Manjedoura, em Belém.
Presépio de escombros
A poucos metros de distância da Praça da Manjedoura, situa-se o mercado e a Igreja Luterana da Natividade.
No interior desta igreja foi montado um presépio de escombros e o Menino Jesus foi envolvido no keffiyeh palestiniano, como símbolo do sofrimento em Gaza este Natal.
“O mundo está a celebrar o natal de formas diferentes. A alegria das celebrações, as luzes das árvores de Natal, há celebrações e eventos. Mas na pátria natalícia, o Natal é assim. Há crianças a serem retiradas dos escombros, famílias deslocadas, casas destruídas. Esperamos que o mundo esteja atendo à provação dos palestinianos, ao nosso sofrimento e que veja que é urgentemente necessário e que se implemente um cessar-fogo”, defende o pároco local.