As autoridades iranianas intercetaram o advogado da família da jovem Mahsa Amini e confiscaram o Prémio Sakharov, atribuído pelo Parlamento Europeu, que este transportava para o Irão, revelou este sábado uma organização não-governamnetal de direitos humanos.
Segundo a organização curda de direitos humanos Hengaw, citada pela agência EFE, o advogado, Saleh Nikbajt, regressava de França com o prémio na sexta-feira quando foi detido pelas forças de segurança no aeroporto Khomeini, em Teerão, que lhe confiscaram o passaporte e o telemóvel.
Uma vez que a família de Amini não está autorizada a sair do país, foi Nikbajt quem representou a família na cerimónia em Estrasburgo, em 12 de dezembro, durante a qual o prémio foi entregue à jovem morta sob custódia da polícia da moralidade iraniana e ao movimento "Mulheres, Vida e Liberdade".
O advogado curdo representou numerosos presos políticos e condenados à morte e, em outubro último, foi condenado a um ano de prisão por alegadamente ter realizado "atividades de propaganda contra a República Islâmica do Irão", referiu a Hengaw, com sede na Noruega.
Amini morreu no ano passado depois de ter sido detida pela chamada polícia da moralidade por não usar corretamente o véu obrigatório, o que desencadeou um movimento de protesto generalizado no Irão pelos direitos das mulheres, em especial nas regiões de maioria curda.