A Zara retirou uma campanha publicitária do site e das redes sociais, após um movimento de boicote à marca. Ativistas pró-Palestina acusam a empresa de usar manequins que se assemelhavam a corpos dos mortos e feridos em Gaza. A marca garante que a campanha foi idealizada e concebida antes do início do conflito.
Nas fotografias da campanha surgiam manequins inacabados, sem braços ou pernas, e estátuas envolvidas em sudários brancos. Ativistas afirmaram que estas imagens pareciam as fotografias dos corpos em Gaza.
Numa nota partilhada no Instagram, a Zara sublinha que “a campanha, que foi concebida em julho e fotografada em setembro, apresenta uma série de imagens de esculturas inacabadas num estúdio de um escultor e foi criada com a único propósito de mostrar roupas artesanais num contexto artístico”.
“Infelizmente, alguns clientes sentiram-se ofendidos por estas imagens, que agora foram retiradas, e viram nelas algo longe do que era suposto quando foram criadas”, acrescenta a empresa, lamentando “ o mal entendido ”.
A campanha foi alvo de milhares de comentários e deu mesmo origem a um boicote – sob a hashtag #BoycottZara. Este movimento chegou aos tops de publicações na plataforma X/Twitter.
Mais de 18.000 palestinianos morreram desde o início do conflito com Israel, avançam as autoridades de Gaza. Dois terços das vítimas mortais são mulheres e crianças. O conflito começou depois do ataque do Hamas a Israel, onde morreram perto de 1.200 pessoas e cerca de 240 foram sequestradas.
Não é a primeira vez que a marca Zara é contestada pela Palestina. Em 2022, forma partilhados nas redes sociais vídeos de palestinianos a queimar roupa da Zara, depois de um proprietário do franchising da marca ter organizado um evento de campanha para o político israelitas de extrema-direita Itamar Ben-Gvir, avança a Al-Jazeera.