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Guterres "horrorizado" com ataque israelita contra ambulâncias em Gaza

A ONU condenou o bombardeamento aéreo israelita contra um conjunto de ambulâncias em Gaza, na sexta-feira, que matou 15 pessoas.

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Lusa

“Estou horrorizado com o ataque registado em Gaza contra um comboio de ambulâncias à frente ao hospital Al-Shifa. As imagens dos corpos espalhados pela rua em frente ao hospital são devastadoras”, reagiu na sexta-feira, em comunicado, o secretário-geral da ONU, António Guterres.

"Era um grupo de cinco ambulâncias", incluindo uma do Ministério da Saúde do Hamas e uma do Crescente Vermelho, afirmou esta organização em comunicado, acrescentando que o ataque ocorreu a dois metros da entrada do hospital.

Uma segunda ambulância foi atingida "a cerca de um quilómetro do hospital" e foram registados feridos, acrescentou a organização humanitária.

A força aérea israelita "atingiu uma ambulância que foi identificada pelas forças como sendo utilizada por uma célula terrorista do Hamas perto da sua posição na zona de combate", declarou o exército israelita em comunicado.

As afirmações de Israel "sobre a presença de combatentes no interior das ambulâncias visadas são falsas, e são novas mentiras para além das constantes mentiras (...) utilizadas para justificar os seus crimes", desmentiu o Hamas numa nota publicada na plataforma de mensagens Telegram.

O ataque matou 15 pessoas e feriu outras 60, notou ainda o Ministério da Saúde do Hamas.

Segundo o porta-voz Ashraf al-Qidreh, a ambulância fazia parte de um conjunto de veículos que transportava "vários feridos para serem hospitalizados no Egito".

O número de mortos foi confirmado pelo Crescente Vermelho, que acrescentou que um médico sofreu ferimentos ligeiros numa perna devido a estilhaços, antes de notar que "o ataque deliberado a equipas médicas constitui uma grave violação da Convenção de Genebra".

Também o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) já reagiu ao ataque, dizendo estar "profundamente chocado".

"Pacientes, profissionais de saúde, instalações e ambulâncias devem ser protegidos em todos os momentos. Sempre", escreveu Tedros Adhanom Ghebreyesus, na sexta-feira, na rede social X (antigo Twitter).

A coordenadora humanitária da ONU nos Territórios Palestinianos Ocupados, Lynn Hastings, disse, na mesma rede social, que estava "alarmada", porque o ataque tinha como alvo "pacientes que estavam a ser retirados para um local seguro".

Esta madrugada, o Hamas também afirmou que 20 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas num ataque que "visava" uma escola transformada em campo improvisado para deslocados na zona de al-Saftaoui, no norte da Faixa de Gaza.

Desde quarta-feira, dezenas de palestinianos feridos foram transferidos da Faixa de Gaza para o Egito.

Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza, que inclui operações terrestres em resposta aos ataques perpetrados em 07 de outubro pelo Hamas, e que deixaram quase 1.400 mortos e mais de 240 reféns, segundo dados oficiais israelitas.

O Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007, elevou o número de mortos na ofensiva de Israel para mais de 9.250.

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