Na Faixa de Gaza, grande parte dos hospitais estão neste momento inativos. Por esse motivo, pelo menos mais 400 pessoas eram esperadas no Egito, ao abrigo do acordo que permite a saída de Gaza a titulares de passaporte estrangeiro mas os números ainda não estão fechados. Neste segundo dia da operação de retirada de feridos, estima-se que o número das vítimas seja de 60.
No hospital de Khan Younis, na Faixa de Gaza, há dezenas de crianças a chegarem diariamente às urgências desde o dia 7 de outubro.
“As crianças estão, de facto, a pagar o preço mais alto por este conflito e por esta escalada. Até à data, mais de 3500 crianças foram mortas e mais de 6800 ficaram feridas a diferentes níveis”, afirma o membro da UNICEF, Salim Oweis.
A Organização Mundial da Saúde admite que a ajuda que tem chegado, é apenas uma gota de água, no oceano de carências dos palestinianos em Gaza. É preciso que venha mais recursos e não só ajuda médica.
“Sofremos atualmente de falta de material médico, desde o fio às agulhas, aos medicamentos que podemos precisar durante o parto”, defende a parteira, Alaa Suleiman Al-Ruqab.
Passagem de feridos em Rafah
Ao fim de três semanas de bloqueio total, o posto fronteiriço de Rafah, que liga Gaza ao Egito, voltou a abrir os portões para permitir a saída de feridos e titulares de passaportes estrangeiros, bem como para enviar ajuda humanitária a uma população desesperada.
A prioridade são no entanto os feridos críticos que são acolhidos por hospitais egípcios.
O número preciso de doentes chega mais tarde. Na quarta feira foram 76 os palestinianos, 46 feridos e 30 pessoas que os acompanhavam, que sairam de Gaza através da fronteira de Rafah.
Foram 361 os feridos estrangeiros e com dupla nacionalidade que atravessaram, no primeiro dia, a fronteira para o Egito. Mas as estimativas apontam para mais de 7 mil civis estrangeiros ou com dupla nacionalidade, titulares de passaportes de 44 países ou de agências humanitárias, que aguardam a “luz verde” para poder escapar à atual realidade de Gaza.
Embora Israel não controle diretamente a passagem de Rafah, monitoriza todas as atividades no sul de Gaza a partir da base militar de Kerem Shalom e outros sistemas de vigilância.