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“Sucesso total”: astronautas chineses regressam à Terra após 5 meses em órbita

Os três astronautas da missão Shenzhou-16 estiveram no "Palácio Celestial" a realizar experiências científicas e manutenção da Estação Espacial chinesa.

Catarina Solano de Almeida

Três astronautas chineses regressaram esta terça-feira em segurança à Terra, após cinco meses em órbita na estação espacial Tiangong, segundo a televisão chinesa que descreveu a missão como um “sucesso total”.

Jing Haipeng, Zhu Yangzhu e Gui Haichao aterraram nas instalações de Dongfeng, na China, às 8h11 (00h11 GMT), de acordo com a CCTV.

As imagens transmitidas pela televisão mostraram a cápsula a descer de paraquedas e a pousar no deserto de Gobi, cercada por uma espessa nuvem de poeira laranja.

“O acompanhamento médico no local confirma que os astronautas estão de boa saúde. A missão Shenzhou-16 foi um sucesso total”, garante a CCTV.

Os três homens partiram para o espaço no final de maio e ficaram em órbita durante 154 dias, passando a maior parte do tempo a realizar experiências científicas. Realizaram também um passeio espacial que durou quase oito horas.

Missão Shenzhou-17 já partiu

Uma nova equipa, a mais jovem enviada pela China até agora, substituiu-os na semana passada, no âmbito da missão Shenzhou-17.

Com uma idade média de 38 anos (em comparação com os 42 anos da tripulação anterior), Tang Hongbo, Tang Shengjie e Jiang Xinlin realizarão "testes de ciência espacial e de carga útil", de acordo com a Agência Espacial chinesa.

Também vão realizar trabalhos de manutenção para reparar pequenos danos causados ​​à estação por detritos espaciais.

A estadia dos astronautas em Tiangong deverá durar seis meses..

CSS em inglês, Tiangong em chinês, Palácio Celestial em português

Nomeada em inglês CSS - Chinese Space Station ou Estação Espacial Chinesa -, e em Chinês Tiangong - Palácio Celestial -, tem um tamanho semelhante ao da antiga estação soviética Mir (1986-2001). A vida útil é estimada em pelo menos 15 anos, orbitando a cerca de 400 quilómetros acima da superfície da Terra.

As ambições espaciais da China

Esta experiência é valiosa para o gigante asiático, que pretende enviar um chinês à Lua até 2030, o grande objetivo de um programa espacial que tem progredido de forma constante há várias décadas.

Pequim tem investido milhares de milhões de euros no seu programa espacial liderado pelo exército, o que lhe tem permitido recuperar a maior parte do atraso que tem em relação aos americanos e aos russos na conquista espacial.

A China enviou em 2023 o seu primeiro astronauta para a sua estação espacial Tiangong, que está totalmente operacional desde o final de 2022.

Em 2019, a China pousou a sonda Chang'e 4 no lado oculto da Lua -- um feito inédito - e colocou uma sonda em Marte pela primeira vez, tornando-se o terceiro país a fazê-lo, depois dos Estados Unidos e da extinta União Soviética.

Os planos futuros incluem ainda o envio de um novo telescópio para sondar as profundezas do universo.

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