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Zelensky anuncia avanços na integração europeia

Zelensky insistiu que a Rússia está “a tentar alterar as fronteiras da Ucrânia, não só para capturar uma ou outra região, mas também para alterar quaisquer fronteiras com as quais não concorde”.

Volodymyr Zelensky
POOL

SIC Notícias

Lusa

O Presidente ucraniano anunciou esta quinta-feira que o país avançou na integração europeia com a promulgação de uma lei para pessoas politicamente expostas, apresentando progressos a dois meses de uma cimeira importante no processo de adesão.

"Promulguei uma importante lei relacionada com a integração europeia, a lei para pessoas politicamente expostas. Isto é uma das principais leis adotadas para preencher as recomendações da Comissão Europeia para abrir as negociações sobre a adesão ucraniana à União Europeia [UE]", disse Zelensky, logo na abertura da sua intervenção, por videoconferência, na reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas.

Zelensky acrescentou que esta legislação vai "fortalecer significativamente a monitorização financeira das figuras públicas", cumprindo um dos requisitos de Bruxelas.

Depois, o Presidente da Ucrânia voltou-se para a guerra que no território ucraniano e referiu que na UE "não há desprezo por qualquer nação ou tentativa de a apagar", aludindo àquilo que diz ser a ambição de Moscovo desde 24 de fevereiro de 2022.

"Lembrámo-nos do passado da Europa... Um passado em que milhões de vidas humanas acabaram destruídas precisamente porque havia falta de unidade. O tipo de unidade que existe esta quinta-feira. Foi no passado que uma só pessoa decidiu que, infelizmente, tinha o poder para decidir, se uma nação tinha o direito a existir. É a nossa responsabilidade histórica impedir o regresso do passado", sustentou.

Zelensky insistiu que a Rússia está "a tentar alterar as fronteiras da Ucrânia, não só para capturar uma ou outra região, mas também para alterar quaisquer fronteiras com as quais não concorde": "Assistimos a isto no passado".

Perante os líderes europeus, entre eles o primeiro-ministro português, António Costa, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Zelensky disse que as tentativas do Kremlin de impedir a adesão da Ucrânia a blocos como a UE e a NATO não têm só que ver com os ucranianos.

"É muito mais do que isso, é sobre conseguir retirar à UE ou à NATO qualquer nação que já lá esteja, sem sequer perguntar quais são as ambições dessa nação, decidindo tudo por ela. É isto que o Kremlin está habituado a fazer", explicou, aludindo aos moldes em que funcionava a União Soviética.

Entre o agradecimento pelas sanções contra a Rússia, numa altura em que os 27 começam a discutir o 12.º pacote de sanções, e todo o apoio diplomático, económico-financeiro e militar que prestaram desde o início da invasão, Zelensky apelou ao reforço do apoio militar para revitalizar a contraofensiva.

Na próxima cimeira, em dezembro, os líderes europeus decidirão sobre a abertura formal das negociações de adesão da Ucrânia (e da Moldova) à União Europeia.

Os dois países tornaram-se oficialmente candidatos em junho do ano passado e a guerra com a Rússia serviu de catalisador para o processo célere.

Contudo, a adesão em concreto é um processo moroso e com várias etapas. Uma delas é um relatório que a Comissão vai apresentar nas próximas semanas sobre as reformas que Kiev e Chisinau fizeram e que servirá como um ponto de situação para a avaliação dos 27.

Com a rapidez inicial do processo, até à consagração da de Kiev como candidato, a perder fulgor, a Ucrânia espera receber luz verde em dezembro.

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