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Pedido de demissão de António Guterres: "A posição de Israel é completamente desproporcional"

Pedro Latoeiro, especialista em política Internacional e coautor da biografia autorizada de António Guterres, comenta as declarações do secretário-geral da ONU e as reações mundiais e nacionais.

SIC Notícias

O especialista em política internacional e coautor da biografia autorizada de António Guterres, Pedro Latoeiro, considera desproporcional o pedido de demissão de Israel a António Guterres. Ainda assim, admite algum descuido nas palavras do secretário-geral da ONU.

“Não podemos branquear que há uma pequeníssima parte, de uma das variadíssimas declarações e condenações que o Secretário-Geral da ONU fez dos últimos acontecimentos em Gaza, que foi algo descuidada. Mas isso não significa, obviamente, que ele tenha querido desculpar o terrorismo em geral e os ataques do Hamas em particular. Dizer isso, atribuir-lhe isso, é um perfeito disparate”.

Pedro Latoeiro salienta que é preciso enquadrar no momento que atravessa a sociedade Israelita.

“A sociedade Israelita está em choque com os mortos, com os reféns e uma sociedade radicalizada e o Governo de Israel, neste caso, através do Ministro dos Negócios Estrangeiros e o Embaixador da ONU, que pediram a demissão de António Guterres, quer dizer, tentam representar, estão obrigados a dar voz, a esse sentimento de uma sociedade enraivecida”.

“Esta posição da parte de Israel e mesmo expurgando o efeito nacional, é completamente desproporcional”.

O coautor da biografia autorizada de António Guterres salienta a coerência política de Guterres.

"Podemos vasculhar a vida política toda de António Guterres, desde os tempos em que ele era um jovem do Partido Socialista de Mário Soares, até ao dia de hoje como Secretário-Geral das Nações Unidas em relação ao tema do conflito Israelo-palestiniano. Vamos sempre encontrar a mesma posição: defesa da solução de dois Estados, condenação dos colonatos israelitas, violento combate, em termos políticos, ao antissemitismo".

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