O exército israelita anunciou que uma ofensiva terrestre teve lugar, esta madrugada, na Faixa de Gaza. Israel divulgou imagens de tanques e blindados a passarem a fronteira e afirma ter atingido células terroristas do Hamas e pontos de lançamento de mísseis anti-tanque. Para Liliana Reis, professora de Relações Internacionas, esta incursão terrester "pode anteceder a grande ofensiva que é aguardada".
“Esta fase pode anteceder a grande ofensiva que já há duas semanas que está guardada. Não sabemos de facto, a não ser aquilo que tem sido e é transmitido nas últimas horas pelo Governo Israelita, mas aquilo que tem sido veiculado tem sido que a destruição focou-se em alvos estratégicos e cirúrgicos do Hamas para não comprometer a grande ofensiva”, explica Liliana Reis na SIC Notícias.
Essa ideia foi veiculada pelo exército israelita que afirma ter realizado "uma operação dirigida com tanques no norte da Faixa de Gaza, no âmbito dos preparativos para as próximas etapas da batalha", refere um comunicado do porta-voz militar.
Para a professora de Relações Internacionais, “os olhos estão postos nesta ofensiva e no caso de de serem provocadas muitas baixas civis, a opinião pública cairá em cima de Israel, por isso e é vital que os alvos sejam muito bem selecionados ao nível do teatro de operações”.
Liliana Reis lembra que este é “um ambiente muito hostil para as forças israelitas”, Primeiro porque se irá travar a em ambiente urbano. o combate será sobretudo em áreas edificadas.e nos referidos túneis que nós temos vindo a discutir e numa área densamente povoada, o que provavelmente ainda condicionará mais a manobra militar.
“De que forma Israel não se confrontará também com a utilização da população civil como arma?”, questiona Liliana Reis, e acrescenta que este fator tem sido “apontado pelos especialistas militares como a armadilha do Hamas”.
Quanto à influência dos Estados Unidos neste conflito, a professora de Relações Internacionais refere que o Presidente norte-americano já veio dizer que não tem tido qualquer tipo de influência ao nível de comando e controlo das operações e que todas as decisões têm sido tomadas pelo Governo Israelita.
Em relação ao conflito diplomático entre Israel e as Nações Unidas, Liliana Reis considera que "vai ser diluído".
“António Guterres [já veio clarificar a sua posição e parece-me que esta entropia que foi gerada deve-se em grande medida àquilo que é o trauma que neste momento Israel vive, por um lado, e por outro aquilo que tem sido a posição das Nações Unidas face ao Estado de Israel”.
Dezenas de milhares de palestinianos continuam no norte da Faixa de Gaza. Estima-se que 350 mil civis ainda estejam no local. Nos últimos dias, os palestinianos receberam novos avisos do exército de Israel para abandonarem o norte do território.