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Le Pen poderá ser julgada por utilização indevida de fundos europeus

Os legisladores da UE recebem fundos para cobrir despesas, incluindo os seus assistentes, mas não devem utilizá-los para despesas partidárias. A Procuradoria de Paris disse que a situação de cerca de 49 assistentes foi examinada durante um período que abrange três mandatos.

JEAN-PAUL PELISSIER

SIC Notícias

A Procuradoria de Paris disse esta sexta-feira que a líder de extrema-direita Marine Le Pen e 23 outros membros de seu partido deveriam ser julgados por suposto uso indevido de fundos da União Europeia, agravando uma investigação que já dura há sete anos.

A Procuradoria de Paris abriu a investigação em dezembro de 2016, afirmando que pretendia apurar se a então Frente Nacional tinha utilizado dinheiro destinado a assistentes parlamentares da UE para pagar funcionários que trabalhavam para o partido.

Os legisladores da UE recebem fundos para cobrir despesas, incluindo os seus assistentes, mas não devem utilizá-los para despesas partidárias.

A Procuradoria disse que a situação de cerca de 49 assistentes foi examinada durante um período que abrange três mandatos no Parlamento da UE, de 2004 a 2016.

A investigação foi aberta devido a um relatório do parlamento, que notou que alguns assistentes ocupavam cargos de alto escalão no partido de Le Pen - agora conhecido como Rassemblement National (RN) - o que parecia inconciliável com o seu trabalho parlamentar a tempo inteiro.

O RN nega qualquer irregularidade.

"Discutimos esta posição, que parece ser uma compreensão errada do trabalho dos legisladores da oposição e dos seus assistentes, que é acima de tudo política", disse o partido à Reuters num comunicado.

Le Pen enfrentou Emmanuel Macron duas vezes na segunda ronda das eleições presidenciais francesas, em 2017 e 2022, e é colocada como principal candidata nas próximas eleições, em 2027.

A líder de extrema-direita enfrenta uma pena de 10 anos de prisão, uma multa de um milhão de euros e - como é uma autoridade eleita - inelegibilidade para ocupar cargos públicos por 10 anos, disse a procuradoria.

Os juízes terão que decidir se aceitam ou não a petição do Ministério Público para julgamento.

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