O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou, nesta segunda-feira, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, considerando que tem conseguido "pequenos passos, mesmo em domínios difíceis", com a sua persistência.
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas na sede da ONU, em Nova Iorque, depois de um encontro com António Guterres.
Segundo o chefe de Estado, António Guterres tem mostrado "uma grande consistência" desde que assumiu o cargo de secretário-geral da ONU, no início de 2017, "definiu certas metas como prioritárias", como o clima e os objetivos de desenvolvimento sustentável, e "tem persistido nesses objetivos, nessas metas".
"Teve, pelo meio, problemas muito variados, talvez os mais recentes a pandemia e a guerra [na Ucrânia], mas antes disso a dificuldade de entendimento que houve entre grandes potências em momentos cruciais", referiu.
De acordo com o Presidente da República, perante "uma paralisação sistemática do Conselho de Segurança", verifica-se neste momento "um papel crescente mais importante da Assembleia Geral, mas o secretário-geral é uma figura central".
"Não desiste das metas, não desiste dos objetivos. Ao mesmo tempo, vai mantendo o diálogo com aqueles que entre si não dialogam, mas consegue fazê-lo, com o secretário-geral dialogam. E, portanto, vai dando pequenos passos, mesmo em domínios difíceis", acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa disse ter falado "de tudo isso" com António Guterres, e também "do contributo de Portugal, permanente, àquilo que são os objetivos das Nações Unidas" para 2030, "com os avanços no clima, os avanços na energia, os avanços no digital".
O chefe de Estado tinha ao seu lado o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.
O Presidente da República apontou a inteligência artificial como um setor que precisa de regulação global e em que António Guterres também "está a abrir pistas para o futuro", destacando a preparação da Cimeira do Futuro de 2024.
Para o chefe de Estado, é sempre "humanamente muito gratificante e politicamente muito enriquecedor" conversar com Guterres, até porque o secretário-geral da ONU "está atento a tudo o que se passa em qualquer ponto do globo, com uma informação que pouca gente tem em todo o mundo".
"Porventura, nem os líderes das maiores potências têm uma informação tão completa", observou.
Interrogado se falaram sobre política portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que não, apenas na medida em que "aquilo que se vive em Portugal tem muito a ver com o que se vive no mundo".