Fernando Nobre, presidente da Assistência Médica Internacional (AMI), explica como costumam decorrer os trabalhos após estes fenómenos. O sismo em Marrocos devastou várias regiões e fez mais de 2.000 vítimas.
O presidente da AMI explica que “os trabalhos só são dados por terminados quando as autoridades competentes assim o decidirem”, mas “a decisão das autoridades é baseada nas informações dadas por familiares porque sabem quantas pessoas ainda estão desaparecidas nos seus núcleos familiares".
"Uma pessoa pode aguentar facilmente 20 dias sem comer ou até mais, mas ninguém aguenta uma semana sem beber", recorda o médico.
Contudo nas casas construídas em Marrocos, sendo que muitas são feitas de pedra acabam por serem destruídas mais facilmente, “a morte [de quem está nesses escombros] é mais rápida”. Já, quem vive em “casas construídas com betão, essas até podem encontrar situações de oxigenação e até de água”.
Numa situação de catástrofes naturais, as necessidades das vítimas acabam por ser sempre as mesmas: “cuidados médicos e é necessário água e alimentos”, explica Fernando Nobre, acrescentando que “também são necessárias estruturas onde as pessoas possam ficar”.
Em relação à ajuda internacional, que Marrocos ainda não acionou, o médico refere que “são opções políticas, que muitas vezes [o poder] restringe países que não consideram oportuno ter no terreno”.