Em Marraqueche, a grande cidade mais próxima do epicentro, o sismo afetou centenas de edifícios. A maioria da população está a dormir na rua com medo que as casas, fragilizadas, não resistam a novos abalos.
“Estava com o meu filho no quarto e não me consegui levantar por causa do medo e o resto da família já estava na rua. Um dos meus filhos é que voltou para me levar, e foi quando a parede caiu lá fora", conta uma das habitantes de Marraquexe, Fatihaa.
Entre o Palácio Real de Marraquexe e a Medina de Marraquexe moram quatro adultos e quatro crianças, que agora só regressam a casa durante o dia. É, alias, rotina da maioria das pessoas que evita dormir dentro das habitações, por medo que estas possam ruir durante a noite.
“Nós temos medo. Tiramos as coisas de dentro de casa e dormimos na rua. Faz agora quatro noites. Até agora não veio ninguém perguntar o que nos faz falta”, acrescenta Fatihaa.
Perto da habitação de Fatihaa, uma padaria local ficou aberta ao meio. As pedras do edifício já rolaram, mas toda a estrutura pode ruir nos próximos tempos.
“É muito difícil de recuperar. Eu não consigo sozinho. É preciso ajuda do governo para construir de novo noutro local", apela a ajuda o dono da padaria, Abdelahdi Damiati.
A praça Jamm el Fena tem visíveis as cicatrizes do terramoto, mas os habitantes tentam agora manter as suas rotinas voltando às ruas para manter abertos os seus negócios, sobretudo o comérico.