A missão foi bem sucedida e ficará na história por ter sido a primeira nave indiana a chegar à Lua e o quarto país a concretizar este feito, a par dos EUA, China e a Rússia.
Mas há mais. A Índia torna-se, assim, o primeiro país a conseguir levar, com sucesso, um veículo ao polo sul da Lua. O grande objetivo da missão é encontrar água naquela região, o que poderia permitir aos humanos viverem na Lua, no futuro.
A Chandrayaan-3, que foi lançada em 14 de julho, pousou junto ao polo sul da Lua cerca das 13:30, hora de Lisboa.
Espera-se agora que a nave, que já enviou várias fotos da superfície lunar, consiga tocar no solo, e libertar o veículo que vai explorar o terreno.
A missão indiana acontece poucos dias depois de uma missão semelhante russa ter falhado e se ter despenhado antes da aterragem, na que seria a primeira sonda a ser lançada pela Rússia à Lua desde 1976.
A Luna-25 despenhou-se na Lua no sábado depois de não ter conseguido entrar na órbita necessária para pousar na zona pretendida, também no polo sul.
O interesse do mundo no polo sul da Lua
O polo sul da lua é também objetivo das futuras missões tripuladas dos Estados Unidos, o programa Ártemis da NASA.
A missão Chandrayaan-3 é composta por um módulo de aterragem autónomo de 1,7 toneladas, um módulo de propulsão de 2,1 toneladas e um veículo robótico de 26 quilos e pretende desenvolver e testar novas tecnologias necessárias para missões interplanetárias.
As cargas úteis do módulo de aterragem incluem instrumentos para medir a condutividade térmica e a temperatura, para medir a sismicidade em torno do local de alunagem, para estimar a densidade do plasma e as suas variações, bem como um conjunto de retroreflectores laser passivos da NASA para estudos de alcance de laser na superfície lunar.
O veículo robótico está equipado nomeadamente com um espetrómetro de raios X de partículas alfa (APXS) e com um espetroscópio de decomposição induzida por laser (LIBS) para determinar a composição elementar na proximidade do local de aterragem.
Chandrayaan significa "nave lunar" em sânscrito. O programa foi desenvolvido pela Organização de Investigação Espacial Indiana (ISRO).
O polo sul da Lua é a região onde os Estados Unidos querem colocar em dezembro de 2025 a primeira astronauta mulher e o primeiro astronauta negro, ao abrigo do novo programa lunar Artemis.
Apenas os Estados Unidos tiveram astronautas na superfície da Lua, entre 1969 e 1972, todos homens, no âmbito do programa Apollo.