A sonda russa Luna-25, que tinha por missão ser a primeira nave espacial a aterrar no polo sul da Lua, despenhou-se na superfície do satélite depois de ter girado numa órbita descontrolada, anunciou a agência espacial russa, Roscosmos.
Órbita descontrolada
No sábado, as comunicações foram interrompidas e o aparelho "deixou de existir após uma colisão com a superfície lunar", indicou hoje a Roscosmos em comunicado, citando dados preliminares de um inquérito ao incidente.
"Durante a operação na estação automática, ocorreu uma situação de emergência que impediu que a manobra fosse realizada de acordo com os parâmetros planeados", escreveu a Roscosmos num comunicado difundido no Telegram.
Os problemas a bordo da nave espacial surgiram quando, às 14:10 de Moscovo (12:10 em Lisboa), os motores impulsionaram a Luna-25 para a órbita de aterragem pré-lunar, escreve a agência espanhola de notícias EFE.
"A situação está atualmente a ser analisada por especialistas do grupo de controlo", refere o comunicado oficial.
A sonda, que foi lançada em 11 de agosto a partir do Cosmódromo de Vostochny, no Extremo Oriente russo, entrou em órbita na quarta-feira, após uma viagem de cinco dias e quase dez horas.
Em todos os momentos, a Roscosmos informou que os sistemas da sonda estavam a funcionar normalmente, tendo enviado para a Terra imagens da superfície lunar e detetado o impacto de um micrometeorito, entre outros fenómenos.
O objetivo (falhado) da missão lunar russa
Caso a missão russa tivesse sido bem-sucedida, a sonda Luna-25, lançada em 11 de agosto, seria o primeiro engenho espacial a alunar no polo sul, previsto para 21 de agosto.
A Luna-25, herdeira da soviética Luna-24, esperava encontrar água sob a forma de gelo na Lua.
É nesta região sul da Lua que os Estados Unidos querem colocar em dezembro de 2025 a primeira astronauta mulher e o primeiro astronauta negro, ao abrigo do novo programa lunar Artemis.
Apenas os Estados Unidos tiveram astronautas na superfície da Lua, entre 1969 e 1972, todos os homens, no âmbito do programa Apollo.
Para novembro do próximo ano está previsto o envio para a órbita da Lua de quatro astronautas - três norte-americanos, incluindo uma mulher e um negro, e pela primeira vez um canadiano.