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Tragédia do Titan: o filme dos acontecimentos

As atenções do mundo inteiro estão agora voltadas para a investigação que vai determinar, em detalhes, o que aconteceu com o submarino Titan. O que se sabe até agora é que a estrutura não resistiu à pressão externa e originou uma implosão. A investigação vai ser complexa: primeiro pela dificuldade em recolher os destroços, depois porque tudo aconteceu em águas internacionais.

SIC Notícias

Pelas contas dos especialistas, já não havia hipótese de encontrar os tripulantes do submarino Titan vivos, mas o desfecho foi pior do que o esperado. Os robôs subaquáticos localizaram, na tarde de quinta-feira, várias partes do Titan.

A construção do Titan

A primeira expedição do submarino da empresa OceanGate aos destroços do Titanic foi realizada em 2021. Para a construção do submarino foram precisos mais de 5 anos. A OceanGate contou com especialistas da NASA, da Boeing e da Universidade de Washington.

O Titan era mais leve e mais económico do que qualquer outro submarino de profundidade, graças à utilização de materiais modernos. A embarcação tinha quase sete metros de largura por três de altura. Feita com cápsulas de titânio e o casco - com quase 13 centímetros de espessura - era de fibra de carbono. A claraboia media 53 centímetros de largura. Tinha ainda um suporte vital de 96 horas para cinco pessoas e pesava mais de 10 toneladas.

O veículo tinha capacidade de ir a até aos quatro mil metros de profundidade, a uma velocidade de mais ou menos cinco quilómetros por hora.

A viagem inaugural do Titan

Num vídeo gravado em 2021, ano da viagem inaugural do Titan, o presidente da empresa mostra o submarino por dentro e explica o que se pretende com as viagens.

“Vamos entrar no submarino. Esta é a única casa de banho neste submarino. É o melhor lugar da ‘casa’. Dá para olhar pela vigia. Colocamos uma tela de privacidade e aumentamos o volume da música. É muito popular”, brincou.

Os cinco ocupantes do Titan na fatídica viagem

Stockton Rush era uma das cinco pessoas a bordo da embarcação na fatídica viagem. O presidente da OceanGate Expeditions tinha 61 anos e era piloto desde os 19. Hamish Harding também estava a bordo do Titan. Na última publicação nas redes sociais, o empresário britânico disse que ia ver de perto o Titanic com especialistas neste tipo de missões. Tinha 58 anos e três recordes do Guinness. No ano passado foi um dos turistas que visitou o espaço.

Dois dos passageiros do Titan eram pai e filho, Shahzada e Suleman Dawood. O vice-presidente de uma empresa de fertilizantes e energia era um dos homens mais ricos do Paquistão e administrava várias empresas da família.

O quinto tripulante era Paul-Henri Nargeolet, de 77 anos, conhecido como o “senhor Titanic”. Ex-comandante da Marinha francesa, fez mais de 35 mergulhos no local do naufrágio.

Cada passageiro pagou cerca de 230 mil euros para ver de perto o que sobrou do Titanic.

O famoso navio naufragou em 1912, na viagem inaugural entre o Reino Unido e os Estados Unidos, depois de atingir um icebergue. Mais de 1500 pessoas morreram. Os destroços foram encontrados em 1985, a 650 quilômetros a sudoeste do Canadá e estão a 4.000 metros de profundidade.

O que correu mal com o Titan?

O passeio pelos destroços do Titanic durava apenas apenas duas horas. A embarcação perdeu contato uma hora e 45 minutos depois do início da expedição, no domingo de manhã.

O submarino não estava certificado e as condições de segurança da embarcação já tinham sido denunciadas por peritos e passageiros. Por operar em águas internacionais, a empresa conseguiu escapar a fiscalizações e à aprovação de qualquer órgão regulador.

Antes de embarcar, os passageiros tiveram de assinar um termo de responsabilidade. O documento indicava que a viagem poderia resultar em lesões físicas, trauma emocional e até morte.

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