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Encontrado morto suspeito do homicídio de dois alunos em escola no Brasil

O autor do ataque, ex-aluno de 21 anos, estava em tratamento contra esquizofrenia, garantiu que não conhecia as vítimas e que se queria vingar do bullying que sofria na escola.

STRINGER

SIC Notícias

Lusa

O suspeito da morte a tiro de dois estudantes no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, no Paraná, Brasil, foi encontrado morto na prisão, anunciou esta quarta-feira a Secretaria da Segurança Pública daquele estado brasileiro.

Segundo a mesma fonte, citada pelo portal de notícias G1, o suspeito, de 21 anos, foi encontrado morto na Casa de Custódia de Londrina na noite de terça-feira, mas não foram avançadas as causas da morte.

Dois estudantes de 16 e 17 anos, um casal de namorados, morreram na sequência do ataque a tiro, na segunda-feira.

A jovem morreu na escola após ter sido baleada na cabeça e o namorado viria a morrer na madrugada de terça-feira, no Hospital Universitário de Londrina, onde estava internado, na sequência também de um ferimento grave na cabeça, de acordo com a família.

O autor do ataque, um ex-aluno da escola, entrou no colégio alegando que iria pedir documentos, disparou pelo menos 17 tiros indiscriminadamente contra alunos que estavam no pátio da escola e foi depois detido pela polícia, tendo confessado o crime.

O assassino confessou, que segundo os seus familiares estava em tratamento contra esquizofrenia e a quem foi apreendido um revólver e um caderno com anotações sobre ataques a escolas no Brasil, garantiu que não conhecia as vítimas, que as escolheu aleatoriamente e que se queria vingar do 'bullying' que sofria na escola.

O Ministério da Segurança Pública disse ainda que duas outras pessoas, um homem de 21 anos e um adolescente de 13 anos, também foram detidos na segunda-feira por suspeita de ajudarem a planear o ataque.

Ataques armados a escolas no Brasil

O ataque segue-se a outros a escolas brasileiras em março e abril, o mais grave dos quais ocorreu num jardim-de-infância no estado de Santa Catarina, também no sul do país, onde um homem matou quatro crianças com um machado.

De acordo com um estudo da Universidade de Campinas, 36 pessoas, incluindo 25 estudantes e quatro professores, foram mortas em 31 ataques armados a escolas no Brasil entre janeiro de 2002 e maio deste ano.

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, disse na segunda-feira, numa mensagem nas redes sociais, que a violência nas escolas e na própria sociedade "não pode mais ser tolerada" e que "é urgente construir juntos um caminho de paz nas escolas".

O ministro da Justiça, Flávio Dino, atribuiu o ocorrido, em grande medida, às "mensagens de ódio" que circulam nas redes sociais e a uma "cultura de armas" promovida nos últimos anos pelo Governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022).

Há três meses, o Ministério da Justiça brasileiro endureceu as regras que regem a atividade das empresas de Internet, especialmente no que diz respeito às redes sociais.

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