Dois atiradores palestinianos mataram quatro israelitas e feriram outros quatro num colonato na Cisjordânia esta terça-feira. Os dois atacantes foram mortos pela segurança israelita. Perante a tensão crescente, o governo em Telavive está a ponderar uma grande operação militar.
Um dos atiradores foi abatido no local do ataque junto a um posto de combustível nos arredores do colonato de Eli, no norte da Cisjordânia, o outro foi perseguido e abatido quando procurava alguém que o ajudasse a fugir.
Tudo acontece no dia seguinte a uma operação militar em Jenin, um dos dias mais violentos na Cisjordânia com nove horas de pesados tiroteios envolvendo as duas partes. O tiroteio provocou a morte a seis palestinianos e feriu cerca de 90 pessoas.
De acordo com o Exército israelita, os dois agressores "eram afiliados" ao Hamas, enquanto o grupo islâmico palestiniano divulgou que um deles pertencia à sua ala militar, as Brigadas Al Qasam.
A Magen David Adom, equivalente israelita da Cruz Vermelha, declarou que quatro pessoas tinham sido declaradas mortas no local e que outras quatro tinham ficado feridas, incluindo uma em estado grave, naquele que é considerado o ataque palestiniano mais mortífero contra Israel desde janeiro, quando sete israelitas foram mortos num outro ataque a tiro perto de uma sinagoga num colonato de Jerusalém Oriental.
Colonos israelitas atacam a cidade palestiniana de Huwara
Horas depois, colonos israelitas atacaram a cidade palestiniana de Huwara, no norte da Cisjordânia ocupada e um dos focos do conflito israelo-palestiniano. Foram atacadas casas e veículos, pelo menos um carro foi queimado e houve disparos contra palestinianos.
Estes incidentes seguem-se a um ataque também realizado por um grande grupo de colonos em fevereiro, o maior em décadas, quando moradores dos assentamentos israelitas na região queimaram dezenas de casas e veículos da localidade, num ataque que resultou ainda na morte de um palestiniano.
Israel "continuará a combater o terrorismo com todas as suas forças"
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, já condenou o ataque "horrendo e abominável" executado por palestinianos, garantindo que Israel "continuará a combater o terrorismo com todas as suas forças" e alertando que, perante a situação de tensão atual, "todas as opções estão em aberto".
Entre as possíveis respostas de Israel a este ataque está a realização de uma ampla campanha militar no norte da Cisjordânia, ofensiva que cada vez mais autoridades do governo israelita defendem.
A violência entre as duas partes vai subindo de tom levando o governo israelita a deixar em aberto uma intervenção militar na Cisjordânia
Desde o início do ano, pelo menos 166 palestinianos, 21 israelitas, um ucraniano e um italiano foram mortos em atos de violência ligados ao conflito israelo-palestiniano, segundo uma contagem da AFP baseada em fontes oficiais israelitas e palestinianas.
As estatísticas incluem combatentes e civis, entre eles menores, dos dois lados, e ainda a morte de três membros da minoria árabe do lado israelita.