Um barco patrulha português, da Agência de Controlo das Fronteiras (Frontex) da União Europeia, participou na madrugada deste sábado no resgate de 96 migrantes que seguiam num veleiro no Mediterrâneo, junto à costa da Calábria, em Itália.
Segundo a guarda costeira italiana, a embarcação lusa, que não foi identificada, cooperou com alguns navios mercantes na proteção do pequeno veleiro do vento no momento em que as autoridades italianas operavam o resgate.
Fonte da Guarda Nacional Republicana afirmou que a lancha que participou no resgate, em cooperação com a guarda costeira italiana, pertence à Unidade de Controlo Costeira da GNR, que está em missão em Crotone, na Calábria.
Nesta missão da Frontex, que termina a 12 de julho, participam 20 elementos da GNR que compõem a tripulação da lancha de patrulhamento costeiro Bojador.
As operações de auxílio decorreram a 100 milhas (cerca de 160 quilómetros) da localidade de Roccella Ionica, no extremo sul de Itália, relata, em comunicado, a guarda costeira.
Forte ondulação lança o pânico e complica resgate
O resgate ocorreu sob forte ondulação, de tal forma que o salvamento não foi possível no início, mesmo com a ajuda de uma grande embarcação que estava posicionada ao lado do navio para cortar a ondulação.
A guarda costeira italiana teve de entrar no barco para tranquilizar os migrantes amontoados a bordo e tentar manter a calma.
Os migrantes foram colocados a salvo, mesmo uma mulher que caiu à água. Todos os resgatados foram levados para o porto de Roccella, que nos últimos dias recebeu numerosos desembarques.
A 25 de fevereiro, perto desta zona, na localidade de Cutro, na Calábria, morreram 94 migrantes devido ao afundamento do barco em que seguiam proveniente da Turquia.
Segundo dados do Ministério do Interior italiano, o fluxo de migrantes que atravessam o Mediterrâneo continua a aumentar e, até sexta-feira, 55.750 desembarcaram em Itália, mais do dobro do número registado no mesmo período de 2020 (23.565).