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Recep Tayyip Erdogan reivindica vitória nas eleições da Turquia

A comissão eleitoral da Turquia confirmou a vitória de Erdogan nas eleições presidenciais deste domingo, depois do Presidente reeleito ter reivindicado a vitória ainda a contagem dos últimos votos estava em curso.

SIC Notícias

Recep Tayyip Erdogan, há 20 anos no poder, venceu este domingo as eleições presidenciais na Turquia, anunciou a comissão eleitoral. O presidente reeleito já tinha, horas antes, reivindicado a vitória.

"A nossa nação confiou-nos a responsabilidade de governar o país nos próximos cinco anos", afirmou Erdogan, em frente à sua residência em Istambul, para onde uma multidão entusiasmada convergiu nas últimas horas.

Erdogan conseguiu 52% dos votos, enquanto o seu adversário, Kemal Kilicdaroglu, teve 47%.

Trata-se de uma vitória mais curta do que era esperado e que denuncia um país que continua polarizado e fraturado entre os que acreditam na visão de Erdogan e os que a abominam.

Em Istambul, os apoiantes de Erdogan começaram a festejar ainda antes da chegada dos resultados finais, agitando bandeiras turcas ou do partido no poder e buzinando carros.

Recep Tayyip Erdogan era favorito para ganhar um novo mandato de cinco anos na segunda volta, depois de ficar muito perto da vitória absoluta nas eleições de 14 de maio.

As assembleias de voto encerraram às 17:00, menos duas horas em Lisboa.

“São provavelmente as últimas eleições” de Erdogan

O correspondente da SIC na Turquia, José Pedro Tavares, explica que estas serão - provavelmente - as últimas eleições de Erdogan, que prometeu que o terceiro mandato seria o último.

O jornalista diz também que estas eleições são “muito importantes” porque irão permitir consolidar o sistema presidencial, o “poder absoluto”, que vai ficar “ainda mais fortalecido”.

Sobre o candidato da oposição, Kemal Kiliçdaroglu, o correspondente da SIC na Turquia afirma que consegue “o melhor resultado de sempre em duas décadas de poder absoluto de Erdogan”, mas denuncia eleições “não muito justas”, já que a máquina do Governo limitou a voz de Kiliçdaroglu.

“Será possivelmente o fim da sua carreira política”, acrescenta.

Oposião denuncia irregularidades na segunda volta

O partido social-democrata CHP reportou a existência de votos em nome de pessoas que não constam das listas, o registo de mortos como eleitores e a entrega de boletins pré-preenchidos.

A oposição turca ainda denunciou irregularidades na segunda volta das eleições presidenciais, como ataques físicos contra observadores eleitorais na região Sudoeste e votos falsos.

Depois de a aliança em torno de Erdogan e liderada pelo Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) ter assegurado uma nova maioria absoluta no Parlamento na primeira volta das eleições no passado dia 14 de maio, a estratégia dos dois rivais centrou-se na tentativa de assegurar os 5,2% de votos que na primeira volta contemplaram Sinan Ogan, terceiro candidato presidencial.

Kiliçdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo (CHP, centro-esquerda e laico) desde 2010 e que se apresentou nas urnas como o candidato presidencial de uma coligação de seis partidos da oposição turca, protagonizou nas duas últimas semanas uma viragem à direita na tentativa de captar o voto ultranacionalista, para desagrado das forças mais à esquerda que o apoiam.

Erdogan, que antes da sua primeira eleição presidencial ocupou entre 2003 e 2014 o cargo de primeiro-ministro, também se confronta com um problema político após o seu AKP ter admitido na coligação eleitoral que lidera (Aliança Popular) o pequeno partido fundamentalista curdo Huda-Par, herdeiro de um grupo armado ultra-islamista da década de 1990 e que elegeu quatro deputados para o novo parlamento.

[Última atualização às 20:55]

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