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Eleições na Turquia: opositor de Erdogan retira candidatura três dias antes do escrutínio

Vários quadros do partido de Muharrem Ince, que se retirou da corrida presidencial, demitiram-se nos últimos dias por recearem que a candidatura de Ince impedisse Kemal Kiliçdaroglu, o principal candidato da oposição, de vencer o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que está no poder há vinte anos.

ASSOCIATED PRESS

Lusa

Muharrem Ince, um dos quatro candidatos às eleições presidenciais turcas do próximo domingo, anunciou esta quinta-feira a retirada da sua candidatura, uma decisão que poderá favorecer Kemal Kiliçdaroglu, o principal opositor do Presidente Recep Tayyip Erdogan.

"Retiro a minha candidatura", declarou numa conferência de imprensa o líder do partido Memleket (Pátria), que reunia entre 2% a 4% das intenções de voto, segundo as mais recentes sondagens.

Vários quadros do seu partido demitiram-se nos últimos dias por recearem que a candidatura de Ince impedisse Kemal Kiliçdaroglu, o principal candidato da oposição, de vencer o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que está no poder há vinte anos.

Nas eleições de domingo, a oposição apresenta uma frente unida de seis partidos que tem um único candidato à Presidência, Kemal Kiliçdaroglu, líder do maior partido da oposição turca (Partido Republicano do Povo - CHP, social-democrata).

Ao justificar a sua decisão, Muharrem Ince afirmou que a aliança da oposição "colocaria todas as culpas" sobre ele perante um cenário de derrota.

"Não quero que tenham desculpas", afirmou.

As eleições presidenciais e legislativas na Turquia realizam-se a 14 de maio e serão decisivas para a manutenção, ou não, de Erdogan e do seu partido AKP, no poder.

A última sondagem divulgada, esta quinta-feira, pelo reconhecido Instituto Konda atribui a Kiliçdaroglu 49,3% das intenções de voto na primeira volta, contra 43,7% de Erdogan e 2,2% de Muharrem Ince.

Um quarto candidato, Sinan Ogan, regista 4,8% das intenções de voto, de acordo com o mesmo estudo.

Perto de 61 milhões de eleitores vão decidir o futuro do país, incluindo mais de três milhões de turcos que vivem fora do seu país, incluindo em Portugal, que votam antecipadamente.

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