Na Turquia, a menos de uma semana para as eleições presidenciais, a tensão na campanha subiu, com incidentes e troca de acusações entre os principais candidatos: Tayyep Erdogan, no poder há 20 anos, e Kilicdaroglu, líder da aliança de seis partidos inspirados no fundador da República turca.
Os confrontos marcaram o final da votação dos eleitores turcos em Amesterdão, em que a polícia holandesa interveio para controlar os desacatos entre os apoiantes do presidente Erdogan e do principal candidato da oposição.
Nos Países Baixos, haverá 400 mil emigrantes turcos com direito a votar, já por antecipação, para as presidenciais de 14 maio.
Na Turquia, a última semana de campanha eleitoral começou também marcada pela violência. No leste do país, foi apedrejada a caravana do autarca de Istambul. O ataque, que provocou vários feridos, interrompeu a campanha da aliança de seis partidos que desafia o atual Presidente.
Com as sondagens a indicar um empate técnico e a previsível realização de uma segunda volta, Tayyip Erdogan foi à maior cidade do país - onde nasceu como político, e foi Presidente da Câmara - acusar o opositor de ser bêbedo e infiel.
24 horas antes, também em Istambul, Kemal Kiliçdaroglu atacou o autoritarismo do Partido da Justiça e do Desenvolvimento e do atual Presidente que está no poder há 20 anos.
Kiliçdaroglu tem 74 anos e é apoiado por seis partidos, desde da direita nacionalista à esquerda democrata e aos movimentos curdos, a coligação é dominada pelo Partido Republicano do Povo, fundado pelo “pai da nação turca”, Kemal Atatürk.
Entre os 64 milhões de eleitores, dizem os analistas, há fatores decisivos que influenciam a votação deste ano.
Mais de 10% dos eleitores, seis milhões de turcos, votam pela primeira vez.
Nas onze províncias arrasadas pelo terramoto de fevereiro passado, há milhões de pessoas que ficaram sem casa e descontentes com as operações de busca e salvamento.
A votação é ainda marcada pela crise económica e pela inflação.
Além das presidenciais, há eleições legislativas no próximo domingo para escolher os 600 deputados da Grande Assembleia Nacional, para as quais concorrem 24 partidos. O boletim de voto tem um metro de comprimento.