Mundo

Visita surpresa do secretário-geral da NATO a Kiev

É a primeira vez que Jens Stoltenberg visita Kiev desde a invasão da Rússia, numa demonstração de apoio à Ucrânia que se prepara para lançar uma contraofensiva.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, visita Kiev
GLEB GARANICH

SIC Notícias

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, está a realizar hoje a sua primeira visita a Kiev desde a invasão da Rússia, numa demonstração de apoio à Ucrânia que se prepara para lançar uma contraofensiva.

Nas imagens do jornal ucraniano The Kyiv Independent, Stoltenberg é visto na Praça de São Miguel, em frente a um memorial em homenagem aos soldados ucranianos mortos em combate.

A NATO confirma a informação sobre esta visita surpresa anunciada pelos media ucranianos. Stoltenberg vai reunir-se com Zelensky.

Com esta visita, a Aliança Atlântica demonstra o seu apoio à Ucrânia perante a invasão russa. Os seus Estados-membros têm fornecido a Kiev equipamentos militares e armas para combater o exército russo que invadiu o país.

Moscovo vê esse apoio como prova de que a Aliança e os Estados Unidos estão a travar uma guerra por procuração contra a Rússia.

Washington envia nova ajuda militar

A Presidência dos Estados Unidos anunciou na quarta-feira para breve o envio de um novo carregamento de ajuda militar para a Ucrânia, sem fornecer pormenores sobre o valor desse apoio.

O novo carregamento de ajuda consistirá sobretudo em munições para os sistemas de artilharia pesada utilizados pelo exército ucraniano, declarou a porta-voz da Casa Branca Karine Jean-Pierre numa conferência de imprensa de rotina.

Este anúncio coincide com a receção pela Ucrânia dos seus primeiros sistemas norte-americanos de defesa antiaérea Patriot e de veículos de combate ligeiros franceses AMX-10.

O ministro da Defesa ucraniano, Oleksiï Reznikov, agradeceu aos Estados Unidos, à Alemanha e aos Países Baixos por "terem mantido a sua palavra".

Os Estados Unidos lideram uma campanha internacional de ajuda à Ucrânia, depois de rapidamente terem formado uma aliança de dezenas de países para apoiar Kiev desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.

Além dos sistemas Patriot, o Ocidente prevê fornecer, em particular, tanques a Kiev para ajudar à realização de uma contraofensiva nos próximos meses destinada a reconquistar os territórios ucranianos ocupados pelas forças russas no leste e no sul do país.

Entretanto, o Pentágono especificou, num comunicado, o material de defesa que enviará para a Ucrânia, no valor de 325 milhões de dólares (cerca de 296 milhões de euros).

Trata-se do 36.º envio de material dos arsenais do Departamento de Defesa norte-americano que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autoriza desde agosto de 2021, lê-se no documento.

O novo pacote de ajuda militar inclui, além de munições para os sistemas de defesa antiaérea (HIMARS), "munições de artilharia de 155 e 105 milímetros; mísseis lançados por tubo, rastreados oticamente e guiados por fio (TOW); sistemas de armas antiblindados AT-4; minas antitanque; munições de demolição para destruição de obstáculos; e mais de nove milhões de cartuchos de munição para armas pequenas".

Inclui ainda "quatro viaturas de apoio logístico; munições aéreas de precisão; equipamento de teste e diagnóstico de apoio à manutenção e reparação de viaturas; equipamentos de segurança portuária; e peças sobressalentes e outros equipamentos no terreno", precisa o Pentágono.

"Os Estados Unidos continuarão a trabalhar com os seus aliados e parceiros para fornecer à Ucrânia recursos para atender às suas necessidades imediatas no campo de batalha e aos requisitos de assistência de segurança de longo prazo", sublinha ainda o documento.

Invasão da Rússia na Ucrânia dura há 14 meses

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 420.º dia, 8.534 civis mortos e 14.370 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Últimas