Um homem de Kentucky está a processar a Netflix por 1 milhão de dólares (mais de 915.000 euros) depois da plataforma de streaming divulgar um documentário criminal na qual a sua fotografia é exibida. Taylor Hazlewood, de 27 anos, não tem qualquer ligação com a história e informa que a Netflix o retratou de uma forma “sinistra e difamatória” após recorrer duas vezes a uma foto do próprio a posar com um machado. O jovem foi enquadrado no documentário “The Hatchet Wielding Hitchhiker” ("O mochileiro da machadinha", em português) erradamente.
O documentário que foi divulgado este ano conta a história de Caleb “Kai” McGillvary, que passou de sensação na internet a assassino dentro de um ano.
O suspeito de 34 anos foi entrevistado por uma estação de televisão local em Fresno em 2013, na qual reencenou o momento em que tinha atacado um homem com um machado para salvar uma mulher.
McGillvary foi catapultado para a fama depois desta entrevista se tornar viral, o que valeu, inclusive, uma participação no programa Jimmy Kimmel Live!
Durante o documentário Taylor Hazlewood é apontado duas vezes como o “assassino do machado”. A foto do jovem de 27 anos a segurar um machado surge enquanto o narrador pergunta: “Isto é um anjo da guarda ou um assassino?”. Contudo, esta imagem terá sido tirada em junho de 2019 e o machado que Hazlewood estava a segurar era de um amigo.
Hazlewood admite que a Netflix se apropriou indevidamente da sua imagem num ato de “pura imprudência”, de acordo com o processo aberto em tribunal do condado de Dallas esta segunda-feira.
O crime
McGillvary, o protagonista deste documentário, foi condenado pelo assassinato de um advogado de Nova Jérsia, Joseph Galfy, que morreu de traumatismo craniano na sua casa a 13 de maio de 2013.
Apesar de ter alegado legítima defesa ao ter indicado que o advogado de 73 anos o tinha drogado e violado, Kai foi condenado a 57 anos de prisão em 2019.
Os procuradores argumentaram durante o julgamento que a sua versão dos eventos mudou várias vezes e que os ferimentos no corpo da vítima eram graves demais para serem considerados legítima defesa.
McGillvary também está a processar a Netflix por 3 milhões de dólares (mais de 2,7 milhões de euros) por “explorar impiedosamente a história de vida de um herói por dinheiro”, de acordo com o The Fresno Bee.